sábado, 16 de junho de 2012

Oração de Santo Afonso de Ligório

Senhor meu Jesus Cristo, que, pelo amor que tendes aos homens, estais de noite e de dia neste Sacramento, todo cheio de piedade e de amor, esperando, chamando e recebendo todos os que vêm visitar-vos; eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento do altar.
Eu vos adoro do abismo do meu nada e vos dou graças por todos os benefícios que me tendes feito; especialmente por vós mesmo dardes a mim neste sacramento, por me terdes concedido como advogada vossa Mãe santíssima, e por me terdes chamado a visitar-vos nesta igreja.
Eu vós saúdo, pois hoje, o vosso amantíssimo Coração e a minha intenção é fazê-lo por três motivos: primeiro, em ação de garças por esta grande dádiva; segundo, para compensar-vos de todas as injúrias que tendes recebido, neste Sacramento, de todos os vossos inimigos; terceiro, com intenção de adora-vos, nesta visita, em todos os lugares da terra onde vossa presença sacramental estais menos reverenciado e em maior abandono.
Meu Jesus, eu vos amo de todo o meu coração; pesa-me de ter, no passado, tantas vezes ofendido a vossa divina bondade.
Proponho, com o auxílio de vossa graça, nunca mais ofender-vos para o futuro.
E, no presente, miserável qual sou, eu me consagro todo a vós e renuncio a toda a própria vontade, a todos os afetos e desejos, e a tudo o que é meu, para vo-lo oferecer.
De hoje em diante fazei vós de mim e de tudo o que me pertence aquilo o que for de vosso agrado.
Só procuro e só peço o vosso santo amor, a perseverança final e o perfeito cumprimento de vossa vontade.
Recomendo-vos as almas do purgatório, especialmente as mais devotas do santíssimo sacramento e da Bem-aventurada Virgem Maria.
Recomendo-vos também todos os pobres pecadores.
Finalmente, desejo unir, meu querido Salvador, todos os meus afetos com os de vosso amorosíssimo Coração; e, assim unidos, os ofereço a vosso Eterno Pai e lhe peço em vosso nome que por vosso amor os queira aceitar e atende.

Santo Afonso de Ligório

sábado, 9 de junho de 2012

A fé eucarística da Igreja

« A obra de Deus consiste
em acreditar n'Aquele que Ele enviou »
(Jo 6, 29)
A fé eucarística da Igreja
6. « Mistério da fé! »: com esta exclamação pronunciada logo a seguir às palavras da consagração, o sacerdote proclama o mistério celebrado e manifesta o seu enlevo diante da conversão substancial do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor Jesus, realidade esta que ultrapassa toda a compreensão humana. Com efeito, a Eucaristia é por excelência « mistério da fé »: « É o resumo e a súmula da nossa fé ».(13) A fé da Igreja é essencialmente fé eucarística e alimenta-se, de modo particular, à mesa da Eucaristia. A fé e os sacramentos são dois aspectos complementares da vida eclesial. Suscitada pelo anúncio da palavra de Deus, a fé é alimentada e cresce no encontro com a graça do Senhor ressuscitado que se realiza nos sacramentos: « A fé exprime-se no rito e este revigora e fortifica a fé ».(14) Por isso, o sacramento do altar está sempre no centro da vida eclesial; « graças à Eucaristia, a Igreja renasce sempre de novo! » (15) Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, tanto mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio duma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos. Testemunha-o a própria história da Igreja: toda a grande reforma está, de algum modo, ligada à redescoberta da fé na presença eucarística do Senhor no meio do seu povo.
 SACRAMENTUM CARITATISDE SUA SANTIDADE
BENTO XVI

sábado, 2 de junho de 2012

Sacramento da Eucaristia no Catecismo da Igreja

§1407 - A Eucaristia é o coração é o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a seu sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz a seu Pai; por seu sacrifício Ele derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja.
§1408 - A celebração da Eucaristia comporta sempre: a proclamação da palavra de Deus, a ação de graças a Deus Pai por todos os seus benefícios, sobretudo pelo dom do seu Filho, a consagração do pão e do vinho e a participação no banquete litúrgico pela recepção do Corpo e do Sangue do Senhor. Estes elementos constituem um só e mesmo ato de culto.
§1409 - A Eucaristia é o memorial da páscoa de Cristo: isto é, da obra da salvação realizada pela Vida, Morte e Ressurreição de Cristo, obra esta tornada presente pela ação litúrgica.
§1410 - É Cristo mesmo, sumo sacerdote eterno da nova aliança, que, agindo pelo ministério dos sacerdotes, oferece o sacrifício eucarístico. E é também o mesmo Cristo, realmente presente sob as espécies do pão e do vinho, que é a oferenda do Sacrifício Eucarístico.
§1411 - Só os sacerdotes validamente ordenados podem presidir a Eucaristia e consagrar o pão e o vinho para que se tornem o Corpo e o Sangue do Senhor.
§1412 - Os sinais essenciais do Sacramento Eucarístico são o pão de trigo e o vinho de uva, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus durante a última Ceia: "Isto é o meu Corpo entregue por vós. (...) Este é o cálice do meu Sangue (...) "
§1413 - Por meio da consagração opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso, está presente de maneira verdadeira, real e substancial, seu Corpo e Seu Sangue, sua Alma e Divindade (Conc. Trento, DS 1640).
§1414 - Enquanto sacrifício, a Eucaristia é oferecida também em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos, e para obter de Deus benefícios espirituais e temporais.
Eucaristia - os seus frutos
§1391 - A comunhão aumenta a nossa união com Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão traz como fruto principal a união íntima com Cristo Jesus. Pois o Senhor diz:
"Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56). Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim" (Jo 6,57):
§1392 - O que o alimento produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em nossa vida espiritual. A comunhão da Carne de Cristo ressuscitado, "vivificado pelo Espírito Santo e vivificante" (PO 5), conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado pela Comunhão Eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será dado como viático.
§1393 - A comunhão separa-nos do pecado. O Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é "entregue por nós", e o Sangue que bebemos é "'derramado por muitos para remissão dos pecados". É por isso que a Eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem purificar-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e sem preservar-nos dos pecados futuros:
"Toda vez que o recebemos , anunciamos a morte do Senhor" (1Cor 11,26).
"Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. Se, toda vez que o Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebê-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um remédio." (S. Ambrósio, Sacr. 4,28 )
§1394 - Como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais (Conc. de Trento, DS 2638).
Ao dar-se a nós, Cristo reativa o nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de enraizar-nos nele.
§1395 - Pela mesma caridade que acende em nós, a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros. Quanto mais participarmos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos na sua amizade, tanto mais difícil dele separar-nos pelo pecado mortal.
§1396 - Os que recebem a Eucaristia estão unidos mais intimamente a Cristo. Por isso mesmo, Cristo os une a todos os fiéis em um só corpo, a Igreja. A Comunhão renova, fortalece, aprofunda esta incorporação à Igreja, realizada já pelo batismo. No batismo fomos chamados a construir um só corpo (1Cor 12,13).
A Eucaristia realiza este apelo: "O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? O pão que partirmos não é comunhão com o Corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desde único pão" (1 Cor 10,16-17).
§1397 - A Eucaristia compromete com os pobres.
Para receber na verdade o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos (Mt 25,40):
"Degustaste o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilhar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem mesmo assim, não te tornaste mais misericordioso" (S. João Damasceno, Hom. in 1Cor 27,5).
§1415 - Quem quer receber a Cristo na comunhão eucarística deve estar em estado de graça. Se alguém tem consciência de ter pecado mortalmente, não deve comungar a Eucaristia sem ter recebido previamente a absolvição no sacramento da penitência.
§1416 - A santa Comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo aumenta a união do comungante com o Senhor, perdoa-lhe os pecados veniais e o preserva dos pecados graves. Por serem reforçados os laços de caridade entre o comungante e Cristo, a recepção deste sacramento reforça a unidade da Igreja, corpo místico de Cristo.
§1417 - A Igreja recomenda vivamente aos fiéis que recebam a Santa Comunhão quando participam da celebração da Eucaristia; impõe-lhes a obrigação de comungar pelo menos uma vez por ano.
§1419 - Tendo Cristo passado deste mundo ao Pai, dá-nos na Eucaristia o penhor da glória junto dele: a participação no Santo Sacrifício nos identifica com o seu coração, sustenta as nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna e nos une já à Igreja do céu, á Santa Virgem Maria e a todos os santos.