terça-feira, 31 de janeiro de 2012

EUCARISTIA FONTE DE CURA

Se queres ser uma pessoa curada, você precisa ter uma alma eucarística, e para ter uma alma eucarística é preciso participar da Missa todos os dias. A Eucaristia é o extremo do amor de Deus. Em cada missa, em cada adoração, saiba que aí está a maior manifestação de Deus, um Deus que se abaixa e se dá de alimento as suas criaturas.
Diante de Jesus Eucarístico, tenha a postura de João, de reclinar nos ombros de Jesus. Que a Eucaristia seja o seu lugar de repouso. Quantas curas através da Eucaristia, como cura de câncer e de outras doenças.
Não podemos acostumar com o mistério, precisamos cuidar de Jesus Eucarístico. Cada Missa precisa ser participada como a primeira e a única. Não perca as graças da Eucaristia. Que a Eucaristia seja o sol da sua vida. Imagine o mundo sem o sol, você sem Jesus é como o mundo sem o sol.
A quinta-feira sempre nos recorda momentos únicos e preciosos da vida de Jesus. Foi nesse dia que aconteceu a traição de Judas, aquele a quem o Senhor amou profundamente e o escolheu como amigo; e a noite do Horto das Oliveiras, na qual Jesus na solidão deu Sua decisão única à vontade do Pai.
Vejamos a Carta aos Efésios 2, 4-5: “Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo – é por graça que fostes salvos!?”
Jesus nos ama e nos convida verdadeiramente a tomarmos a decisão de corrermos ao sacramento da confissão e curar a nossa alma de toda a ferida, de toda a dor. Cristo é a encarnação da misericórdia do Pai. Esse amor que não tem fim é o Filho.
O Ato Penitencial o leva a renovar todo o seu desejo de Deus. Renda-se! Viva-o mais intensamente na Santa Missa. Deus quer pegar a miséria do seu coração. Se você pode ir à Santa Missa todos os dias, corra para ela!
Deus abençoe você!!!

Claudio tadeu parpinelli

domingo, 29 de janeiro de 2012

Eucaristia da Ressurreição

“É preciso anunciar que Cristo está vivo”
1. A ressurreição é, humanamente, uma verdade exigente. A morte física tem todo o aspeto de um fim. Acreditar na ressurreição significa dar um sentido novo à morte, considerá-la não como o termo da vida, mas uma passagem em ordem a outra etapa da vida.
Um texto da Liturgia afirma: “para os que creem em vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma”[Prefácio dos Defuntos I]. Hoje há muitas pessoas que já não acreditam na vida depois da morte. Mas na perspetiva cristã não basta aceitar uma qualquer forma de continuidade da vida. Trata-se de acreditar que Cristo venceu a morte, ressuscitou dos mortos, e ressuscitar-nos-á com Ele. A nossa fé na vida, depois da morte, é a certeza da nossa ressurreição, como Cristo ressuscitou. É por isso que é urgente, na nova evangelização, anunciar aos homens de hoje que Cristo está vivo, venceu a morte, porque Deus O ressuscitou dos mortos.
Acreditar na ressurreição de Cristo sempre foi exigente. É o âmago da fé cristã, que muda tudo na compreensão da vida. Apesar de Jesus, sempre que falou da sua morte, ter anunciado a sua ressurreição, mesmo para os seus discípulos foi difícil acreditar que Ele estava vivo. Não acreditaram no testemunho das mulheres a quem Jesus ressuscitado tinha aparecido (cf. Lc. 24,9-11); São Tomé não aceita o testemunho dos outros apóstolos a quem O ressuscitado se manifestara (cf. Jo. 20,24ss). Mesmo no momento da última aparição, antes da sua Ascensão aos Céus, em que Jesus explicita a sua missão universal, se o conjunto se prostra diante d’Ele, São Mateus tem a sinceridade de reconhecer que alguns ainda duvidavam (cf. Mt. 28,17).
No texto do Evangelho de São João que acabámos de escutar, Pedro e João confrontam-se com o túmulo vazio. São João confessa: “entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos” (Jo. 20,9).
2. O túmulo vazio era apenas um sinal de que algo de extraordinário tinha acontecido. O verdadeiro fundamento da fé na ressurreição é o encontro com o ressuscitado. E Jesus aparece, convive, esforça-Se por lhes mostrar que é Ele mesmo. E são esses que fizeram a experiência viva do encontro com Cristo ressuscitado que vão testemunhar que Ele está vivo. O texto dos Atos dos Apóstolos, proclamado nesta celebração, diz mesmo que Jesus apareceu àqueles que, previamente, tinha escolhido para darem testemunho. “Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-se, não a todo o Povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele depois de ter ressuscitado dos mortos” (Act. 10,40-41). No caso da vocação de Paulo, a quem Jesus aparece na Estrada de Damasco, é claro que Cristo ressuscitado lhe aparece, porque o escolheu como testemunha da sua ressurreição. Deus diz a Ananias: vai ter como ele, “porque este homem é um instrumento de minha escolha para levar o meu nome aos pagãos” (Act. 9,15).
Este é o dinamismo constitutivo da Igreja. Aceitar a ressurreição de Cristo não é fruto de uma demonstração, mas do testemunho vivo de quem encontrou o ressuscitado. E tem sido assim ao longo de 2000 anos. Acreditar no testemunho de quem acredita porque experimentou, embora o não possa provar. E Jesus elogia aqueles que acreditaram só pelo testemunho. A São Tomé observa: “Porque me viste, acreditaste. Bem-aventurados aqueles que acreditarão sem terem visto” (Jo. 20,29).
Este testemunho é, antes de mais, o da Igreja, a quem o Senhor fez sempre sentir a sua presença, sobretudo através da sua Palavra e da Eucaristia. A fé na ressurreição de Cristo é



a fé da Igreja. A nova evangelização precisa de testemunhos, que tenham experimentado, na fé, a presença viva de Cristo vivo. Hoje glorioso no céu, Cristo ressuscitado está vivo na Igreja e continua a percorrer os caminhos do mundo à procura de corações que O recebam e se abram ao seu amor. Como no princípio, esses são certamente aqueles que, de antemão, Ele escolheu para darem testemunho.
3. A fé em Cristo ressuscitado muda completamente a nossa vida. É que Ele não é apenas um morto que, por milagre, regressou á vida, como aconteceu a Lázaro, ao filho da viúva de Naim ou à filha de Jairo. N’Ele irrompeu a “nova vida”, que rasga horizontes novos para a vida humana. Esta diferença, manifesta-a o Senhor quando nos comunica o Espírito Santo, amor que tudo transforma. No ressuscitado inaugurou-se, já neste mundo, a “vida eterna”, para Ele e para nós. Para São Paulo isso é claro: uma revolução na compreensão da vida começou. “Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às coisas da terra. Porque vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Col. 3,1-4). Afeiçoar-se às coisas do alto não significa desprezar as realidades de todos os dias. Significa poder vivê-las com coragem, com esperança, dando-lhes o valor que têm, não as considerar definitivas. Na dureza ou na beleza da vida deste mundo, encontrar a força que nos faz desejar as realidades definitivas.
Celebramos esta Páscoa num momento duro para muitos portugueses. Se acreditarmos que Cristo está vivo, teremos força para tudo superar, as dificuldades não nos impedem de desejar, e o Espírito Santo dar-nos-á força para lutar e a coragem de esperar. O amor dos irmãos, que é caridade, tem de ser o grande testemunho de que vivemos este momento com o Senhor vivo, na certeza de que Ele está connosco.
Sé Patriarcal, 24 de abril de 2011
D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca

sábado, 28 de janeiro de 2012

Na Eucaristia está presente o mesmo Jesus Cristo

Ainda que a fé da Igreja tenha sido sempre a mesma, a doutrina foi-se desenvolvendo e o Concílio de Trento afirma que na Santíssima Eucaristia estão contidos verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue junto com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, e, por conseqüência, Cristo inteiro. É o que se conhece como presença real de Cristo no sacramento da Eucaristia. Chama-se real não a título exclusivo, como se as outras presenças não fossem reais, mas por excelência, porque é substancial e por ela Cristo, Deus e homem, se faz totalmente presente, como explica Paulo VI. Esta luz que arde dia e noite junto ao Sacrário nos recorda que Jesus está ali, realmente presente.
transubstanciação
Ante a realidade sobrenatural do mistério eucarístico -a presença real de Cristo sob os véus do pão e do vinho- é inevitável a pergunta: O que aconteceu? Porque antes era pão e vinho, e quando o sacerdote diz: "Isto é o meu corpo", "Este é o cálice do meu sangue", aquilo é o Corpo e o Sangue de Cristo. É o que nos diz a fé, e a palavra de Deus não pode falhar. Efetivamente, pelo poder divino outorgado ao sacerdote produziu-se uma mudança, uma conversão - e conversão de substâncias, porque as aparências externas não mudaram -, razão pela que, o que era substância de pão se converteu na substância de Cristo, no Corpo de Cristo e o que era substância de vinho se converteu na substância de Cristo, no Sangue de Cristo. Esta admirável e singular conversão é o que se conhece com o nome de transubstanciação, ou mudança de substância. É um mistério excepcional que a razão humana não tem condições de compreender, mas que Deus pode realizar por meio de seu ministro, o sacerdote.

Os cristãos devem manifestar fé e amor para com a Eucaristia
Os Apóstolos receberam um encargo do Senhor: "Fazei isto em memória de mim" (Lucas 22,19), e a Igreja não cessou mais de realizar estas palavras na celebração litúrgica, que não é uma mera recordação, mas atualização real do memorial de Cristo: de sua vida, de sua morte, de sua ressurreição e de sua intercessão mediadora junto ao Pai, que se realiza na Eucaristia. Desde meados do século II, e segundo o relato do mártir São Justino, temos atestadas as grandes linhas da celebração eucarística, que permaneceram invariáveis até os nossos dias.
Claudio tadeu parpinelli

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Eucaristia na Igreja hoje (enquanto Sacrifício)

Eucaristia: É... ou representa Jesus ?

A Eucaristia é "Fonte de toda a vida cristã" A palavra Eucaristia vem do grego Eucharistein que quer dizer "Dar Graças a Deus", c.f. Lc 22,19: "E tomou um pão, deu graças, partiu e distribuiu-o a eles, dizendo: ‘Isto é o meu corpo...". Este texto lembra as bênçãos judaicas que proclamam, sobretudo durante a refeição, as obras de Deus: a Criação, a Redenção e a Santificação.

É o sacrifício e Sacramento da nova lei, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual sob as espécies de "pão e vinho", está presente e vivo, e o fruto é recebido. Enquanto Sacrifício a Eucaristia é chamada "Missa", enquanto Sacramento é chamada "Sagrada Comunhão" ou "Santíssimo Sacramento". A Eucaristia, quer como Sacrifício quer como Sacramento, é o centro de toda a vida e de todo o culto cristão, porque leva o homem a Deus e traz Deus ao homem.

O Sacrifício foi instituído por Cristo para que, segundo suas palavras, fosse perpetuado pelos séculos, até a sua volta (c.f. I Cor 11, 23-26). "Os sacerdotes reapresentam e aplicam no sacrifício da Missa, o Sacrifício de Cristo, que como hóstia imaculada se ofereceu ao Pai." (c.f. Lumen Gentium).

É necessário portanto que estejamos puros de alma para que, como visto acima, sirvamos atentemos a Eucaristia como celebração. É impressionante que todas as orações se dirijam não a Cristo mas, através dele, ao Pai. Se tivermos que destacar um ponto culminante na Celebração enquanto tal, sem dúvida esse ponto seria na Doxologia: "Por cristo, Com Cristo e em Cristo". E a história humana poderá encerrar-se quando o cristo da páscoa houver reunido em si todos os homens. "Deus será tudo em todos".(c.f. I Cor 15, 28).
ao Deus Vivo e festejemos a festa da vida eterna.

D.Estevan Bitancourt

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O BANQUETE NUPCIAL

1382. A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor. Mas a celebração do sacrifício eucarístico está toda orientada para a união íntima dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio Cristo, que Se ofereceu por nós.
1383. O altar, à volta do qual a Igreja se reúne na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos dum mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais que o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembleia dos seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida para a nossa reconciliação e como alimento celeste que se nos dá. «Com efeito, o que é o altar de Cristo senão a imagem do corpo de Cristo?» – pergunta Santo Ambrósio (216); e noutro passo: «O altar representa o corpo [de Cristo], e o corpo de Cristo está sobre o altar» (217). A liturgia exprime esta unidade do sacrifício e da comunhão em numerosas orações. Assim, a Igreja de Roma reza na sua anáfora:
«Humildemente Vos suplicamos, Deus todo-poderoso, que esta nossa oferenda seja apresentada pelo vosso santo Anjo no altar celeste, diante da vossa divina majestade, para que todos nós, participando deste altar pela comunhão do santíssimo corpo e sangue do vosso Filho, alcancemos a plenitude das bênçãos e graças do céu»» (218)
«TOMAI TODOS E COMEI»: A COMUNHÃO
1384. O Senhor dirige-nos um convite insistente a que O recebamos no sacramento da Eucaristia: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (Jo 6, 53).
1385. Para responder a este convite, devemos preparar-nos para este momento tão grande e santo. São Paulo exorta a um exame de consciência: «Quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, cada qual a si mesmo e então coma desse pão e beba deste cálice; pois quem come e bebe, sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação» (1Cor 11, 27-29). Aquele que tiver consciência dum pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes de se aproximar da Comunhão.
1386. Perante a grandeza deste sacramento, o fiel só pode retomar humildemente e com ardente fé a palavra do centurião (219) : «Domine, non sum dignus, ut intres sub tectum meum, sed tantum dic verbum, et sanabitur anima mea – Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma [só] palavra e serei salvo» (220). E na divina liturgia de São João Crisóstomo, os fiéis oram no mesmo Espírito:
«Faz-me comungar hoje, ó Filho de Deus, na tua ceia mística. Porque eu não revelarei o segredo aos teus inimigos, nem te darei o beijo de Judas. Mas, como o ladrão, eu te suplico: Lembra-Te de mim, Senhor, no teu Reino» (221).

Fonte – Catecismo da Igreja Catolica Apostolica Romana.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A MISSA DE TODOS OS SÉCULOS

1345. Desde o século II, temos o testemunho de São Justino, mártir, sobre as grandes linhas do desenrolar da celebração eucarística. Permaneceram as mesmas até aos nossos dias, em todas as grandes famílias litúrgicas. Eis o que ele escreve, cerca do ano 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que fazem os cristãos:
«No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo.
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen.[...] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
1346.  A liturgia eucarística processa-se em conformidade com uma estrutura fundamental, que se tem conservado através dos séculos até aos nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos, que formam basicamente uma unidade:
– a reunião, a liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal;
a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a acção de graças consecratória e a comunhão.
Liturgia da Palavra e liturgia eucarística constituem juntas "um  só e mesmo acto de culto" (177). Com efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao mesmo tempo, a da Palavra de Deus e a do corpo do Senhor (178).
1347. Não é esse também o dinamismo da refeição pascal de Jesus Ressuscitado com os seus discípulos? Enquanto caminhavam, Ele explicava-lhes as Escrituras; depois, pondo-Se à mesa com eles, «tomou o pão, proferiu a bênção, partiu-o e deu-lho» (179).

Fonte – catecismo da igreja catolica
«No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo.
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen.[...] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
1346.  A liturgia eucarística processa-se em conformidade com uma estrutura fundamental, que se tem conservado através dos séculos até aos nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos, que formam basicamente uma unidade:
– a reunião, a liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal;
a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a acção de graças consecratória e a comunhão.
Liturgia da Palavra e liturgia eucarística constituem juntas "um  só e mesmo acto de culto" (177). Com efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao mesmo tempo, a da Palavra de Deus e a do corpo do Senhor (178).
1347. Não é esse também o dinamismo da refeição pascal de Jesus Ressuscitado com os seus discípulos? Enquanto caminhavam, Ele explicava-lhes as Escrituras; depois, pondo-Se à mesa com eles, «tomou o pão, proferiu a bênção, partiu-o e deu-lho» (179).

Fonte – catecismo da igreja catolica
1345. Desde o século II, temos o testemunho de São Justino, mártir, sobre as grandes linhas do desenrolar da celebração eucarística. Permaneceram as mesmas até aos nossos dias, em todas as grandes famílias litúrgicas. Eis o que ele escreve, cerca do ano 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que fazem os cristãos:

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A EUCARISTIA É TUDO

           A afirmação corresponde rigorosamente à verdade objetiva do dogma. Se a Eucaristia é o próprio Jesus na condição sacramental que atinge ou resume o seu mistério, é fácil intuir que o Cristianismo tira dela a consistência ontológica e histórica que o faz evidenciar ou sobrepor a todas as religiões do mundo.

         Na realidade, a Eucaristia compendia ou reassume todas as verdades reveladas, é a única fonte da graça, é a antecipação da bem-aventurança, recapitulação ou sumário de todos os prodígios da Onipotência.

         Como na encarnação, o Verbo Se não separou do Pai, nem do Espírito Santo; assim também, sob as espécies sacramentais, a vida trinitária arde em toda a sua misteriosa riqueza. Na hóstia Consagrada está todo o Paraíso. A solidão e o abandono de inúmeros Sacrários da Terra é compensada desmesuradamente pela adoração dos Anjos, pelo amor dos bem-aventurados. No gelado silêncio das nossas igrejas, com Jesus, permanecem inseparavelmente a Virgem Maria e São José, exultam os Patriarcas e os Profetas, rejubilam os Apóstolos e os Mártires, cantam em coro os Santos e a multidão incontável dos justos.

         Seria verdadeiramente absurdo supor que o Rei não fosse acompanhado e louvado pela Sua corte...; que no Mediador não convergissem os seres do Universo inteiro... Ele embora sob as dimensões de um fragmento de matéria é o Arquétipo, o Fim de toda a Criação.

         E é justamente a Sua condição sacramental que, velando o poder e a Glória de Cristo Ressuscitado, que evidencia a Sua Imolação, qual milagre dos milagres do Amor de Deus: na Eucaristia, está encerrado todo o bem espiritual da Igreja” ( Presbit. Ordinis, 5). Ela é “o culme e fonte de todo o culto e da vida cristã” ( Código do Directo Canônico, Cân. 897); “é como que a soma e o Centro da Sagrada Liturgia” (Pio XII, Méd. Dei, 57).

         Por isto, “entre todos os Sacramentos, é a Santíssima Eucaristia que leva a plenitude, a iniciação do cristão” (João Paulo II. Dominicae Cenae, 7); é por ela que este se insere plenamente no Corpo Místico (Presbit. Ordinis, 5). Por isso, fim e perfeição de todos os Sacramentos”, é a Eucaristia: eles conferem a graça que torna os fiéis dignos de a receber” (São Tomás de Aquino, Summa Theológica, q.73, art. 3, c).

         Por outro lado, Fonte de Graça distribuída pelos Sacramentos, é a vítima sacrificada na Cruz e tomada evidente pelas espécies eucarísticas do Sacramento dos Sacramentos. Por conseguinte, “a Eucaristia constrói a Igreja” (João Paulo II, Dominicae Cenae, 4), é o Centro da comunidade dos cristãos” (Presbit. Ordinis, 5); representa e produz “a unidade dos fiéis que constituem um só Corpo em Cristo” (Lumen Gentium, 3)

         Segue-se que “não é possível que se forme uma comunidade cristã, a não ser tendo como raiz e como fundamento ou base, a celebração da Sagrada Eucaristia, da qual deve pois tomar as ações ou iniciativas qualquer educação tendentes a formar o espírito de comunidade (Presbit. Ordinis, 6).

         Se para a Igreja, é isto mesmo a Eucaristia, a eficácia da atividade missionária está necessariamente condicionada à sua influência, sendo Fonte e Cume de toda a evangelização” (iv. 5). Por isso, a fé no mistério eucarístico, considerado em toda a sua riqueza que faz dele a síntese da Revelação Cristã, inclui uma tal ortodoxia que, ao católico, a seu respeito, não lhe resta nada mais que acreditar em nada a esperar senão dela.

         Em suma, “A Eucaristia tem força ou virtude de síntese na nossa religião; síntese doutrinal porque, sendo ela quase um prolongamento da Incarnação do Verbo de Deus no meio de nós, e sendo uma renovação sacramental do Sacrifício Redentor de Cristo, TODA A REVELAÇÃO SE CONCENTRA NESTE PONTO FOCAL, o mais misterioso e o mais luminoso da nossa fé, e síntese existencial, porque neste Sacramento do Pão do Céu, toda a realidade, toda a virtude, toda a derivação da vida cristã encontra a sua referência e o seu alimento...” (Paulo VI, Catechesi, 21.8.1968, para o XXXIX Congresso Eucarístico Internacional de Bogotá, em 18 a 25 de Agosto de 1968).
         “Encontrareis tudo na Eucaristia: a palavra de fogo, a ciência e os milagres!”, respondia São P. G Eymard, a quem se lhe dirija, para obter graças.

         “NÃO TENHO MAIS NADA A DAR-VOS. TENDES A EUCARISTIA: QUE MAIS QUEREIS?”. “DEPOIS DELA, NÃO HÁ
fonte site - ultimas e derradeiras graças

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Milagre eucarístico de Siena: Um roubo sacrílego na origem de um estupendo milagre

publicado
São hóstias de farinha crua e água, sem qualquer tipo de conservante. Entretanto, estão intactas e perfeitas há 275 anos!
Guillermo Asurmendi
Era 14 de agosto de 1730, véspera da festa da Assunção de Nossa Senhora, entre 17 e 18h. O ardente sol de verão abrasava ainda os campos recém-ceifados. Na cidade, as casas, ruas e igrejas estavam desertas, todos os fiéis se encontravam na Catedral, cantando louvores à Virgem, ao som do órgão.

Nem todos… Aproveitando as circunstâncias favoráveis, alguns ladrões assaltaram a Basílica de São Francisco, a igreja mais afastada do centro da cidade, arrombaram a porta do sacrário e levaram o cibório de prata cheio de Hóstias consagradas.
Chegando ao altar para celebrar Missa no dia seguinte, o sacerdote percebeu que o sacrário estava aberto e havia desaparecido o cibório com todas as Hóstias. Tratava-se de um roubo, sem dúvida alguma!
A notícia se espalhou como um rastilho de pólvora. O triste acontecimento parecia uma afronta à festa da Assunção e comprometia a corrida do Pálio, a realizar-se naquele dia.
Descobertas por um providencial acaso
Três dias depois, na Igreja de Santa Maria, da vizinha cidade de Provenzano, o clérigo Paulo Schiavi assistia à Santa Missa ajoelhado diante de um cofre de esmolas. Ao inclinar a cabeça na hora da Consagração, viu ou intuiu algo branco através da fenda por onde passam as moedas. Não teve dúvida em relacionar imediatamente o fato com o roubo das Hóstias em Siena.
Avisado da descoberta, o Pe. Girolano Bozzegoli cobriu o cofre com um tecido vermelho e acendeu duas velas, uma de cada lado. Em pouco tempo, a igreja ficou repleta de fiéis. Além do Arcebispo e outras autoridades, estavam presentes as pessoas que haviam confeccionado as hóstias e o sacristão da Basílica de São Francisco, onde tinha acontecido o sacrílego roubo.
Designou-se imediatamente uma comissão para abrir o cofre e fazer a verificação do seu conteúdo. Nele se encontraram as Hóstias roubadas “no meio de moedas, de pó e de muitíssimas teias de aranha”, conforme narra o cronista.
Durante duas horas as Hóstias foram cotejadas com outras, trazidas da Basílica de São Francisco, e se verificou não haver dúvida alguma de que todas tinham sido confeccionadas no mesmo molde.
Por último, elas foram contadas, e o número correspondia ao que havia declarado o sacristão da Basílica: 35l.
Ante esses dados, a Comissão concluiu que evidentemente aquelas eram as Hóstias roubadas em Siena.
fote site Arautos do Evangelho.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

«FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM»

1341. Ao ordenar que repetissem os seus gestos e palavras, «até que Ele venha» (1 Cor 11, 26), Jesus não pede somente que se lembrem d'Ele e do que Ele fez. Tem em vista a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, morte, ressurreição e da sua intercessão junto do Pai.
1342. Desde o princípio, a Igreja foi fiel à ordem do Senhor. Da Igreja de Jerusalém está escrito:
«Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. [...] Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração» (Act 2, 42.46).
1343. Era sobretudo «no primeiro dia da semana», isto é, no dia de domingo, dia da ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam «para partir o pão» (Act 20, 7). Desde esses tempos até aos nossos dias, a celebração da Eucaristia perpetuou-se, de maneira que hoje a encontramos em toda a parte na Igreja com a mesma estrutura fundamental. Ela continua a ser o centro da vida da Igreja.
1344. Assim, de celebração em celebração, anunciando o mistério pascal de Jesus «até que Ele venha» (1Cor 11, 26), o Povo de Deus em peregrinação «avança pela porta estreita da cruz» (174) para o banquete celeste, em que todos os eleitos se sentarão à mesa do Reino.
fonte catecismo da igreja

domingo, 15 de janeiro de 2012

EUCARISTIA POR QUE ?

II. Como se chama este sacramento?
1328. A riqueza inesgotável deste sacramento exprime-se nos diferentes nomes que lhe são dados. Cada um destes nomes evoca alguns dos seus aspectos. Chama-se:
Eucaristia,
porque é acção de graças a Deus. As palavras« eucharistein» (Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24) e «eulogein» (Mt 26, 26; Mc 14, 22) lembram as bênçãos judaicas que proclamam – sobretudo durante a refeição – as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação.
1329. Ceia do Senhor (150), porque se trata da ceia que o Senhor comeu com os discípulos na véspera da sua paixão e da antecipação do banquete nupcial do Cordeiro (151) na Jerusalém celeste.
Fracção do Pão, porque este rito, próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como chefe de família (152), sobretudo aquando da última ceia (153) . É por este gesto que os discípulos O reconhecerão depois da sua ressurreição (154) e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão as suas assembleias eucarísticas (155). Querem com isso significar que todos os que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com Ele e formam um só corpo n'Ele (156).
Assembleia eucarística («sýnaxis»), porque a Eucaristia é celebrada em assembleia de fiéis, expressão visível da Igreja (157).
1330. Memorial da paixão e ressurreição do Senhor.
Santo Sacrifício, porque actualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou ainda santo Sacrifício da Missa, «Sacrifício de louvor» (Heb 13, 15) (158), Sacrifício espiritual (159) Sacrifício puro (160) e santo, pois completa e ultrapassa todos os sacrifícios da Antiga Aliança.
Santa e divina Liturgia, porque toda a liturgia da Igreja encontra o seu centro e a sua expressão mais densa na celebração deste sacramento; no mesmo sentido se lhe chama também celebração dos Santos Mistérios. Fala-se igualmente do Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. E, com este nome, se designam as espécies eucarísticas guardadas no sacrário.
1331. Comunhão, pois é por este sacramento que nos unimos a Cristo, o qual nos torna participantes do seu corpo e do seu sangue, para formarmos um só corpo (161); chama-se ainda as coisas santas («tà hágia»; «sancta») (162) – é o sentido primário da «comunhão dos santos» de que fala o Símbolo dos Apóstolos – , pão dos anjos, pão do céu, remédio da imortalidade (163), viático...
1332. Santa Missa, porque a liturgia em que se realiza o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis («missio»), para que vão cumprir a vontade de Deus na sua vida quotidiana.

Fonte catecismo da igreja.

sábado, 14 de janeiro de 2012

O valor sacrifical da Eucaristia

1)       O valor sacrifical da Eucaristia. A Eucaristia torna realmente presente no tempo e no espaço em que é celebrada o único Sacrifício de Cristo no Calvário, pelo qual se operou a salvação do mundo. Pela Eucaristia, o Sacrifício de Cristo atinge os fiéis dos diversos tempos e lugares de forma sacramental. Através dos sinais do pão e do vinho transubstanciados no Corpo e Sangue do Senhor, o Sacrifício perfeito e redentor (outrora oferecido de modo cruento no Calvário) torna-se realmente presente (agora de forma incruenta ou sacramental) e “realiza-se também a obra da nossa redenção” (Lumem Gentium n.3). “Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do gênero humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes” (n.11) [o grifo meu].
2)       A Eucaristia não é mera lembrança ou recordação do Sacrifício de Jesus. Entretanto, o único Sacrifício de Cristo não é repetido pela celebração da Eucaristia, mas tornado presente, atualizado no tempo e no espaço. O que se repete é a celebração memorial, não o Sacrifício. Cristo quis, de modo misterioso e admirável, associar a sua Igreja ao seu Sacrifício redentor, dando-lhe a possibilidade de, com Ele, oferecê-lo ao Pai, e também a possibilidade de oferecer-se a si mesma a Deus juntamente com o Sacrifício de Cristo.
3)       Tal mistério é grande: Mysterium fidei! Cristo e Igreja estão estreitamente unidos, pois o Sacrifício que nos salva torna-se presente na e pela Igreja. Ao realçar o seu valor sacrifical, o Papa reafirma que a Eucaristia está intimamente associada à Cruz, de modo que a Eucaristia “é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido genérico como se se tratasse simplesmente da oferta de Cristo aos fiéis para ser alimento espiritual” (n.13).
4)       Nesse sentido, o Papa lamenta que, às vezes, haja uma compreensão reduzida do mistério eucarístico que o torna “despojado de seu valor sacrifical e vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa” (n.10). A celebração eucarística (a Santa Missa) é mais do que um mero encontro de irmãos; é o Sacrifício de Cristo tornado sacramentalmente presente, Sacrifício que nos une a Deus (ao Pai por Cristo no Espírito) de modo especialíssimo (pois somos associados a Cristo, que, na força do Espírito Santo, ofereceu-se como Vítima agradável ao Pai) e fundamenta a autêntica fraternidade. Por isso, nada se compara à Santa Missa, pois seu valor é o valor do sacrifício do Calvário, valor único, insubstituível e infinito. O Papa lembra ainda que o Sacrifício eucarístico torna presente não só o mistério da paixão e morte do Senhor, mas também o mistério da ressurreição, pois é por estar vivo e ressuscitado que Cristo pode tornar-se presente.

Fonte – Carta Eciclica Eclessia de Eucaristia – Beato Papa João Paulo II

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Eucaristia - fonte de cura

O centro da fé católica é a Eucaristia. Reunimo-nos para celebrar a Eucaristia, o foco e o centro da nossa relação com Deus. Ali, o grande mistério da vida, da morte e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é celebrado de modo sacramental. Como católicos, devemos aceitar profundamente que a Eucaristia é muito mais do que até hoje imaginamos, ou seja, na realidade, uma cerimônia de cura. Com isto em mente, gostaria de compartilhar um pouco os meus pensamentos, a estima e o amor que sinto pela Eucaristia como cerimônia de cura.

O ensinamento tradicional católico da celebração eucarística como banquete do Senhor e também como sacrifício é bastante conhecido. Conforme declara o Concílio Vaticano II "Durante a última ceia, na noite em que foi traído, o nosso Salvador instituiu o sacrifício eucarístico do Seu corpo e sangue. Fez isto, a fim de perpetuar o sacrifício da cruz através dos tempos, até ao Seu segundo advento, confiando assim à Sua bem-amada esposa, a Igreja, a memória da Sua morte e ressurreição: um sacramento de amor, um sinal de unidade, um laço de caridade, um banquete pascal durante o qual Cristo é consumido, a mente se enche de graça e nos é oferecido um penhor da glória futura".

Todavia, nos últimos anos, tem-se renovado o interesse pela Eucaristia como cerimônia de cura. O Padre Ted Dobson escreveu um livro intitulado Say but the word (Mas dizei uma palavra) no qual sublinha com grande beleza o poder curativo da Eucaristia. No início do livro, declara que a cura pela Eucaristia tem feito parte da nossa herança católica.

"Nos primeiros dias do cristianismo, a Eucaristia era tida como sacramento de cura e transformação, um rito que conferia integridade às pessoas que o celebravam. Por exemplo, Santo Agostinho, no maior dos seus livros, A cidade de Deus, bem como na sua última obra, Revisões, testemunha as curas que vira na sua própria igreja, como resultado de as pessoas receberem a Eucaristia". Também Barbara Shlemon, R.N., escreveu um folheto no qual realça o poder curativo da Eucaristia: "Cada vez que participamos na Eucaristia, presenciamos uma cerimônia de cura. Ao aproximarmo-nos do altar, oramos: «Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo»".

Esta é uma oração de confiança no poder de Jesus Cristo de transformar as nossas necessidades físicas, emocionais e espirituais. Se realmente crermos que Jesus está presente na hóstia consagrada, deveremos ter a esperança de obter a integridade, ao recebermos o Seu corpo. A minha esperança, igualmente, é que possamos desenvolver maior estima e compreensão da Eucaristia, como cerimônia de cura, de uma cura do corpo, da mente e do espírito de todos.

(...) Mary Ann Cortes foi curada pela Eucaristia. Ela passara 17 anos em hospitais psiquiátricos, na região de New Orleans, Louisiana (Estados Unidos) e já fora submetida a todos os tratamentos conhecidos para doentes maníaco-depressivos, exceto eletro-choques. Ela começou a experimentar o poder da cura de Jesus, durante a Eucaristia, e ficou completamente curada ao fim de alguns meses. O Senhor realizara o que nenhum psiquiatra conseguira. O seu testemunho tem tocado profundamente centenas de vidas:

"Tenho vindo a descobrir que a Eucaristia é o maior sacramento de cura, e que cada Eucaristia é uma oração de cura. Depois de muitos tratamentos, os médicos perderam a esperança de que eu alguma vez viesse a recuperar a saúde mental, pelo que eu estava condenada a uma vida dependente dos medicamentos, que me alteravam até a minha maneira de ser. Quando eu adormecia, à noite, rezava para que morresse durante o sono, tal era o medo de acordar para mais um dia de pavor.

Depois de ter recebido a Efusão do Espírito e de ter começado a participar em Eucaristias de cura, fiquei completamente bem, tanto mental, como emocional e fisicamente. Hoje sou uma nova pessoa em Cristo. Em cada Eucaristia, uno tudo o que sou ao sacrifício de Cristo; nessa união com Ele, recebo em todo o meu ser a vida ressuscitada de Jesus, e isso vai-me transformando cada vez mais. Eu identifico-me com Ele e recebo a Sua Vida. Quanto mais ativamente participo na Eucaristia, tanto mais real Ele Se torna para mim. O próprio Jesus entra em mim e me cura de dentro para fora!"
Postado por: Bruno Souza Nogueira , em 08/12/2009

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"A instituição da Eucaristia, é a grande oração de Jesus e da Igreja"

A meditação de Bento XVI durante a Audiência Geral de hoje
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 11 de janeiro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos as palavras do Santo Padre Bento XVI na Audiência Geral de hoje, dirigidas aos fiéis e peregrinos presentes na Sala Paulo VI.
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Queridos irmãos e irmãs,
No nosso caminho de reflexão sobre a oração de Jesus apresentada nos Evangelhos, queremos meditar hoje sobre o momento, particularmente solene, da sua oração na última Ceia. A cena temporal e emocional do momento no qual Jesus se despede dos amigos é a iminência da sua morte que Ele sente próxima naquele momento. Há muito tempo Jesus já tinha começado a falar da sua paixão e procurou envolver sempre mais os seus discípulos nesta prospectiva. O Evangelho segundo Marcos narra que desde o início da viagem em direção a Jerusalém, nos vilarejos da distante Cesareia de Filipe, Ele tinha começado a ensinar-lhes que Filho do Homem deveria sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos do povo, pelos sumo sacerdotes e pelo escribas, ser morto e depois de três dias, ressuscitar (Mc 8,31). Além disso, exatamente nos dias nos quais se preparava para se despedir dos discípulos, a vida do povo estava marcada pela proximidade da Páscoa, ou seja, pelo memorial da libertação de Israel do Egito. Essa libertação experimentada no passado e esperada de novo no presente e para o futuro, se tornava viva nas celebrações familiares da Páscoa. A ultima ceia se insere neste contexto, mas com uma novidade de fundo. Jesus olha para a sua paixão, morte e ressurreição plenamente consciente. Ele quer viver esta ceia com seus discípulos, Jesus celebra a sua Páscoa, antecipa a sua Cruz e a sua Ressurreição.
Essa novidade nos vem evidenciada pela cronologia da Ultima ceia no Evangelho de São João, o qual não a descreve como ceia pascal, exatamente porque Jesus pretende inaugurar algo novo, celebrar a Sua Páscoa, ligada certamente aos eventos do Êxodo. E para João, Jesus morreu na cruz exatamente no momento no qual no templo de Jerusalém eram imolados os cordeiros pascais.
Qual é então o núcleo desta ceia? São os gestos do partir o pão, do distribui-lo aos seus e do partilhar o cálice de vinho com as palavras que os acompanham e no contexto de oração no qual se colocam: é a instituição da Eucaristia, é a grande oração de Jesus e da Igreja. Mas olhemos mais profundamente para este momento.
Antes de tudo, as tradições neotestamentárias da Instituição da Eucaristia indicam na oração que introduz os gestos e as palavras de Jesus sobre o pão e sobre o vinho, usam dois verbos paralelos e complementários. Paulo e Lucas falam de eucaristia/agradecimento: “Tomou o pão, deu graças, o partiu e deu-lhes” (Luc 22,19). Marcos e Mateus, ao invés disso, sublinham o aspecto de benção/eulogia: “Tomou o pão, proferiu a benção, o partiu e deu-lhes (Mc14,22). Ambos os termos gregos eucaristéin e eulogéin têm a ver com a beraka hebraica, isto é, a grande oração de agradecimento e de benção da tradição de Israel que inaugurava as grandes refeições. As duas diferentes palavras gregas indicam as duas direções intrínsecas e complementares desta oração. A beraka, de fato, é antes de tudo agradecimento e louvor que sobe a Deus para o dom recebido: na Ultima Ceia de Jesus, se trata do pão – trabalhado pelo trigo que Deus faz germinar e crescer na terra e pelo vinho produzido e maturado nas videiras. Essa oração de louvor e agradecimento, que se eleva para Deus, retorna como benção, que provém de Deus sobre o dom e o enriquece. O agradecer, louvar a Deus, se torna benção, e a oferta doada a Deus retorna ao homem abençoada pelo Onipotente. As palavras da instituição da Eucaristia se colocam neste contexto de oração; na mesma oração , o louvor e a benção da beraka se tornam benção e transformação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus.
Antes das palavras da instituição vem os gestos: aquele do partir do pão e do oferecer o vinho. Quem parte o pão e passa o cálice é chefe de família, que acolhe à sua mesa os familiares, mas estes gestos também são de hospitalidade, de acolhida à comunhão com o estrangeiro, que não faz parte da casa. Esses mesmo gestos, na ceia com a qual Jesus se despede dos seus, adquirem uma profundidade nova. Ele dá o sinal visível da acolhida à mesa na qual Deus se doa. Jesus no pão e no vinho oferece e comunica si mesmo.
Mas como pode realizar-se tudo isto? Como pode Jesus dar, naquele mesmo, Si mesmo? Jesus sabe que a vida está para ser-lhe tirada através do suplício da cruz, a pena capital dos homens não livres, aquela que Cicerone definia a mors turpissima crucis (morte vergonhosa da cruz). Com os dons do pão e do vinho oferecidos na Ultima Ceia, Jesus antecipa a sua morte e a sua ressurreição realizando aquilo que havia dito no discurso do Bom Pastor: “Eu dou a minha vida para depois tomá-la de novo. Ninguém me tira: eu a dou. Tenho o poder de dá-la e o poder de tomá-la de novo. Este é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10, 17-18). Ele, portanto, oferece antecipadamente a vida que lhe sará tirada e deste modo transforma a sua morte violenta em um ato livre de doação pelos outros e aos outros. A violência suportada se transforma em sacrifício ativo, livre e redentor.
Mais uma vez na oração, iniciada segundo as formas rituais da tradição bíblica, Jesus mostra a sua identidade e a determinação de cumprir até o fim a sua missão de amor total, de oferta em obediência à vontade do Pai. A profunda originalidade do dom de si aos Seus, através do memorial eucarístico, é o cume da oração que caracteriza na ceia do adeus com os seus. Contemplando os gestos e as palavras de Jesus naquela noite, vemos claramente que o relacionamento intimo e constante com o Pai é o lugar onde Ele realiza o gesto de deixar aos seus e a cada um de nós, o Sacramento do Amor, o “Sacramentum caritatis”. Por duas vezes no cenáculo ressoam as palavras: “Fazei isto em memória de mim” (I Cor 11, 24.25). Com o dom de si, Ele celebra a sua Páscoa, se tornando o verdadeiro Cordeiro que leva à plenitude todo o culto antigo. Por isto São Paulo falando aos cristãos de Corinto afirma: “Cristo, nossa Páscoa (o nosso cordeiro pascal!) foi imolado! Celebremos, portanto, a festa com ázimos de sinceridade e de verdade (I Cor 5, 7-8).
O evangelista Lucas conservou um outro elemento precioso dos eventos da Última Ceia, que nos permite ver a profundidade comovente da oração de Jesus para os seus naquela noite, a atenção por cada um. Partindo da oração de agradecimento e benção, Jesus chega ao dom eucarístico, ao dom de si mesmo e, enquanto doa a realidade sacramental decisiva, se dirige a Pedro. Ao final da ceia, ele diz: “Simão, Simão, eis: Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” (Luc 22,31-32). A oração de Jesus, quando se aproxima a prova também para os seus discípulos, os sustenta diante da fraqueza, da fadiga de compreender que a via de Deus passa através do Mistério Pascal de morte e ressurreição, antecipado na oferta do pão e do vinho. A Eucaristia é alimento dos peregrinos que se torna força também para quem está cansado, desorientado, esgotado. E a oração é particularmente por Pedro, para que, uma vez convertido, confirme os irmãos na fé. O evangelista Lucas recorda que foi exatamente o olhar de Jesus a procurar o rosto de Pedro no momento no qual ele havia apenas consumado a sua tríplice negação, para dar-lhe força de retomar o caminho em direção à Ele:”Naquele instante, enquanto ainda falava, um galo cantou. Então o Senhor se voltou e fixou o olhar em Pedro, e Pedro se recordou da palavra que o Senhor lhe havia dito (Luc 22,60-61).
Queridos irmãos e irmãs, participando da Eucaristia, vivemos em modo extraordinário a oração que Jesus fez e continuamente faz por cada um a fim que o mal, que todos encontramos na vida, não tenha a vitória e possa agir em nós a força transformante da morte a da ressurreição de Cristo. Na Eucaristia, a Igreja responde ao mandamento de Jesus: “Fazei isto em memória de mim” (Luc 22,19; cfr I Cor 11, 24-26); repete a oração de agradecimento e de benção e, com ela, as palavras da transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e Sangue do Senhor. As nossas Eucaristias estão ligadas a este momento de oração, um unir-se sempre de novo à oração de Jesus. Desde o início, a Igreja compreendeu as palavras de consagração como parte da oração feita junto a Jesus, como parte central do louvor repleto de gratidão, através do qual o fruto da terra e do trabalho do homem nos vem novamente doado por Deus como corpo e sangue de Jesus, como auto-doação de Deus mesmo no amor acolhedor do Filho (Jesus de Nazaré II, pag. 146). Participando da Eucaristia, nutrindo-nos da Carne e do Sangue do Filho de Deus, unimos a nossa oração àquela do Cordeiro pascal na sua noite suprema, para que a nossa vida não seja perdida, apesar das nossas fraquezas e das nossas infidelidades, mas venha transformada.
Queridos amigos, peçamos ao Senhor depois de estarmos devidamente preparados, também com o Sacramento da Penitência, que a nossa participação à sua Eucaristia, indispensável para a vida do cristão seja sempre o ponto mais alto de toda a nossa oração. Pedimos que, unidos profundamente à sua mesma oferta ao Pai, que possamos também nós transformar as nossas cruzes em sacrifício livre e responsável, de amor a Deus e aos irmãos. Obrigado.
Ao final da Catequese, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa:
Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, desejando-vos que o ponto mais alto da vossa oração seja uma digna participação na Eucaristia para poderdes, também vós, transformar as cruzes da vossa vida em sacrifício livre de amor a Deus e aos irmãos. Obrigado pela vossa presença. Ide com Deus.
(CN Notícias)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Eucaristia, renovação não cruenta do sacrifício da cruz

Jesus Cristo ofereceu a Deus Pai o sacrifício de sua própria vida morrendo na cruz. Foi um autêntico sacrifício com o qual nos redimiu de nossos pecados, superando todas as ofensas que a humanidade tenha feito ou poderia fazer, porque seu sacrifício na cruz é de valor infinito. Mas, ainda que o valor do sacrifício de Cristo tenha sido infinito e único, o Senhor quis que se perpetuasse -se fizesse presente- para aplicar os méritos da redenção; por isso, antes de morrer, consagrou o pão e o vinho e ordenou aos Apóstolos: "Fazei isto em memória de mim". Desta maneira, os fez sacerdotes do Novo Testamento para que, com seu poder e em sua pessoa, oferecessem continuamente a Deus o sacrifício visível da Igreja. Jesus Cristo instituiu a Missa não para perpetuar a Ceia, mas sim o sacrifício da cruz. Assim, a Missa renova de forma não cruenta (sem outro derramamento do sangue de Cristo) o mesmo sacrifício do Calvário; e a Eucaristia é igualmente, sacrifício da Igreja, pois, sendo a Igreja o Corpo de Cristo, participa da oferenda de sua Cabeça, que é Cristo.
fonte catecismo da igreja

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Eucaristia na nossa vida cristã

No mistério eucarístico, como memorial do Mistério pascal, radicam-se as atitudes cristãs fundamentais que a mensagem evangélica nos apresenta: conversão, comunhão, caridade, reconciliação, fé pascal, amor fraterno e esperança eterna. Na acção sacramental encontram-se todas as dimensões que a Igreja aprendeu de Cristo. A Eucaristia é lugar de evangelização a três níveis: na caminhada que a ela conduz, na preparação da celebração e na expressividade da própria celebração. Somos chamados a viver em Eucaristia, para a Eucaristia e da Eucaristia.
A Eucaristia é Pão para o mundo novo: mais justo, mais fraterno, mais pacífico, mais segundo o coração de Jesus e de Maria. A Eucaristia é Pão para ajudar os homens a crescer na santidade de vida; para fazer nascer, naqueles que o recebem, um coração novo capaz de amar à semelhança do próprio Jesus. A Eucaristia é pão que nos alimenta, que nos há-de transformar n’aquele que recebemos; por isso, a Eucaristia é escola contínua de caridade, de dom, de serviço, de entrega.
Na Eucaristia proclamamos, vivemos, e celebramos a nossa fé em Deus, revelando em Jesus Cristo e na sua Palavra viva e eficaz. A Eucaristia é sinal e fonte da Aliança dos crentes entre si com Deus Pai e com todos os homens.
A Eucaristia é o acontecimento central na história da humanidade. Somos convidados a testemunhar com mais vigor a presença de Deus no mundo.
A Eucaristia, ao mesmo tempo que actualiza o passado, projecta-nos para o futuro da última vinda de Cristo, no final da História. É centro, a fonte de toda a vida cristã, n’ela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja; é o sacramento da aproximação de Deus com o homem; e da descida de Deus até ao homem, que entrou na história da humanidade. Diz-nos Jesus: “Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13). A Eucaristia é o sinal definitivo da Nova e Eterna Aliança de Deus com o homem.

Recordando a instituição da Eucaristia na Última Ceia do Senhor, somos convidados a dar particular importância ao Domingo e à Eucaristia Dominical. O Domingo é um dia especial para os cristãos, é um dia de festa por ser o dia do Senhor ressuscitado e do dom do Espírito Santo. A centralidade do Domingo, da vivência da Eucaristia Dominical na vida cristã torna-o também dia da Igreja.
A Eucaristia é fermento de um mundo novo, é o verdadeiro coração do Domingo, como meta da caminhada da semana; é fonte de coragem para o imprevisto de situações. Não basta ir à Missa é também necessário animar-se interiormente e contribuir para a festa do encontro. A Eucaristia instituída à mesa, na Última Ceia do Senhor, é proximidade e encontro, diálogo e comunhão fraterna. Tudo, na nossa vida, deve conduzir a um verdadeiro encontro de irmãos para que aconteça, para que exista realmente, encontro com Deus.
Fr. José Carlos Vaz Lucas, o. p.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida.(jo 6,52-59)

O cristianismo é antes de tudo um dom: Deus se doa para nós. Deus sempre dá, sempre nos precede. Isto vemos claramente ao nos aprofundarmos no texto da Sagrada Escritura. Na linguagem bíblica a palavra “corpo” não faz referência a uma parte do ser, com essa palavra se designa a pessoa inteira. Portanto, o Evangelho nos diz que Jesus quer nos dar toda a sua vida. Ele se doa completamente a cada um. Assim, pois, o centro de nossa vida cristã é a Eucaristia. Jesus espera que nós correspondamos a ele da mesma maneira. Quer que lhe ofereçamos tudo o que somos: nossos talentos, nosso amor, nossa saúde, nossas grandezas e limitações, nossas dores, fracassos, tudo aquilo que nos alegra e tudo aquilo que nos mortifica. Cada Celebração Eucarística é uma oportunidade para receber o amor de Jesus, mas também para oferecer-lhe toda nossa vida. Ao sairmos da Missa devemos, portanto, fazer o mesmo que Jesus. Temos de estar dispostos a nos entregarmos pelos demais e nos esforçarmos para oferecer nossa “carne” e nosso “sangue”, quer dizer, tudo o que somos, nosso tempo, nossas forças, nossa compreensão, paciência, generosidade, como o fez Jesus.
Pensemos que está em nossas mãos levar adiante o Reino de Cristo, está em nossas mãos que muitos outros sejam apóstolos de Cristo. Mas para dar a Cristo, precisa-se levá-lo lá dentro, é necessário alimentar-se de seu Corpo e de seu Sangue. O verdadeiro zelo apostólico se alimenta na Eucaristia!
Praticar o serviço aos demais, a exemplo de Cristo.
Obrigado Senhor pelo dom de teu Corpo e de teu Sangue. Só um amor tão grande como o teu poderia encontrar o modo de ficar conosco, para estar ao nosso lado, para nos acompanhar, para alimentar nossa alma e fortalecer nossas fraquezas. Senhor, concede-me que assim como a Eucaristia é o centro da vida da Igreja, seja também o centro de minha vida.
 Claudio Tadeu Parpinelli

sábado, 7 de janeiro de 2012

EUCARISTIA MINHA VIDA

Quando eu estou na fila da comunhão eu fico pensando , puxa, Jesus está logo ali, Ele está me atraindo para si, Ele quer compartilhar comigo Sua vida, seu corpo e seu sangue, verdadeira comida e bebida. Ele me atrai, saí do meu lugar, estou aqui no meio dessa gente toda que procura o Senhor onde ele se deixa encontrar , na partilha do pão .
Ele e o Pai me pedem, abra sua porta que entraremos e cearemos contigo. E lá vou eu, feliz da vida por me aproximar do meu Senhor que nos deixou este tesouro que nem a traça nem a ferrugem destroem. E finalmente chega a hora, o padre levanta a hóstia para mim e me diz: o Corpo de Cristo. Momento único, a criatura diante do criador, a miséria humana diante do divino, uma ponte se estabelece, um mero mortal e o Deus infinito a terra se une ao céu e Deus vem e faz Sua morada dentro de nós. E então eu lembro de S. Paulo dizendo quem comer e beber deste pão e deste vinho sem distinguir o corpo e o sangue de Nosso Senhor, come e bebe sua própria condenação.
Mas eu lembro mais ainda do próprio Senhor dizendo Tomai e comei, ISTO É o meu corpo e o meu sangue , fazei isto para celebrar minha memória. Momento sublime, e eu agradeço muito a Deus por me ter dado esta graça. Eu entendo naquele instante que Jesus é o meu salvador porque Ele se doa a mim para que eu o reparta com meu irmão que sofre.
Ai, é so sair da igreja, e abraçar o primeiro irmão e sentir nele a imensa misericórdia de Deus, que nos amou com um amor até a morte, e morte de cruz. Mas que ressuscitou e se faz presente naquela pequena hóstia, que , de repente tem o tamanho do mundo.
claudio tadeu parpinelli

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A acção de graças e de louvor ao Pai

9. Na memória da Igreja, ao centro da celebração eucarística encontram-se as palavras da presença de Jesus no meio de nós. “Isto é o meu corpo, […] este é cálice do meu sangue”. Jesus oferece-Se como sacrifício verdadeiro e definitivo, onde se realizam todas as figuras do Antigo Testamento. N’Ele se recebe o que fora sempre desejado e nunca conseguido.
Mas Jesus, à luz da profecia (cf. Is 53, 11s.), sofre pela multidão e mostra que n’Ele se realiza o verdadeiro sacrifício e o verdadeiro culto esperados. É Ele mesmo que está diante de Deus; que intercede, não por Si mas por todos. Esta intercessão é o verdadeiro sacrifício, a oração, a celebração agradecida a Deus, em que restituímos nós próprios e o mundo. A Eucaristia é, portanto, sacrifício a Deus em Jesus Cristo, para receber em domo o seu amor.
10. Jesus Cristo é o Vivente e encontra-Se na glória, no santuário do céu, onde entrou graças ao seu sangue (cf. Heb 9, 12). Encontra-se no estado imutável e eterno de sumo sacerdote (cf. Heb 8, 1-2); “tem um sacerdócio que não terá fim” (Heb 7, 24s); oferece-Se ao Pai e, pelos méritos infinitos da sua vida terrena, continua a irradiar a redenção do homem e do cosmo, que n’Ele se transforma e se recapitula (cf. Ef 1, 10). Tudo isto significa que o Filho Jesus Cristo é mediador da nova aliança para os que foram chamados à herança eterna (cf. Heb 9, 15). O seu sacrifício dura eternamente no Espírito Santo, que recorda à Igreja tudo o que o Senhor realizou como sumo e eterno sacerdote (cf. Jo 14, 26; 16, 12-15). São João Crisóstomo observa que o verdadeiro celebrante da divina Liturgia é Cristo: Aquele que celebrou a Eucaristia “naquela ceia, realiza também hoje o mesmo milagre. Nós possuímos a ordem de ministros, mas é Ele que santifica e transforma a oferta”.[17] Portanto, “não se trata de uma imagem ou de uma figura de sacrifício, mas de um sacrifício verdadeiro”.[18]
Deus dignou-Se aceitar a imolação do Filho como vítima pelo pecado, e a Igreja reza para que o sacrifício sirva para salvação do mundo. Existe uma identidade plena entre sacrifício e renovação sacramental instituída na Ceia que Cristo                                                           SÍNODO DOS BISPOS
XI ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ele se dá como alimento na Eucaristia.

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. (Jo 6, 56)


1 - Coração Eucarístico de Jesus, fonte de toda consolação.
Quando temos alguma aflição procuramos alguém para conversar. Têm-se um amigo, uma amiga, procuramos para conversar a respeito do drama que estamos vivendo naquele momento.

Poder falar com este amigo, exprimir-lhe os sentimentos de dor, de preocupação, de aflição que levamos dentro de nós; a pessoa sente um alívio. Sobretudo se o amigo entende o que se está dizendo.

Acontece que nós temos na Eucaristia um amigo com A maiúsculo, é o Amigo por excelência. Nosso Senhor Jesus Cristo está na Eucaristia desejoso de salvar-nos, de ser nosso bom confidente; o Médico divino que quer curar as nossas dores, aliviar as aflições.

2. Ele se dá como alimento na Eucaristia.
Ele é o amigo que está no tabernáculo, Ele é o amigo que estará nos altares, na celebração eucarística, com o qual nós podemos abrir a alma e colocarmo-nos inteiramente nas mãos dEle. Mas Ele deixou-se a Si mesmo como alimento; não é pouca coisa!

Pensar que Ele criou o homem de tal forma que tem necessidade de comer: café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar; tem que comer todos os dias, não pode deixar de comer senão morre! Por que criou-nos com essa necessidade? Com vistas à em determinado momento deixar-Se como alimento nosso... Qualquer alimento que eu tomo, este é digerido pelo meu organismo; eu aproveito desse alimento o que é útil para a minha saúde, o meu sangue, os meus músculos, meu desenvolvimento físico. Portanto, o alimento se transforma em mim. Mas na Eucaristia se passa um fenômeno bem diferente e oposto a este:

Quando eu tenho um copo de um bom e puro álcool e tomo uma gota de essência de primeiríssima categoria, e coloco neste copo, a gota é menos do que o copo de álcool; entretanto, o álcool deixa de ser álcool para se transformar em perfume. Ora, eu quando comungo, por ser Nosso Senhor Jesus Cristo que está ali em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, ao invés de eu transformá-Lo em mim, o que se passa é uma coisa bem oposta: é que Jesus Cristo, sendo Deus e Homem verdadeiro, é Ele Quem me assume, é Ele Quem nos transforma. É o que nos ensinam Santo Alberto Magno, Santo Efrém, e vários outros santos. Dado que a substância dEle, sendo tão superior a nós, é Ele Quem nos assume, é Ele quem nos transforma, É por isso que Ele nos diz:

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.
(Jo 6, 56)

claudio tadeu parpinelli - fonte arautos do evangelho 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Eucaristia - Natal Eucarístico


O Natal Eucarístico
Por Pe. Júlio Maria de Lombaerde
 O Natal é essencialmente uma festa Eucarística.

Neste dia o povo cristão apresenta-se diante do presépio, onde é representada a cena inolvidável de Belém, experimenta nesta vista, até sem o querer, sentimentos de admiração e de ternura: é a lembrança do menino Deus, de Deus feito criancinha… deitado ali na pobreza mais completa, no mais total abandono.
Cada Tabernáculo é um novo presépio, onde nasce o Salvador, na mesma pobreza, envolto em paninhos e deitado numa manjedoura, onde Ele quer ser tomado pela comunhão.
Belém e o Tabernáculo
Se a luz da fé não nos iluminasse, quem seria capaz de reconhecer no menino de Belém o Criador do universo, Aquele que governa o mundo, preside os destinos da criação, o Senhor do paraíso?
No paraíso Ele está sentado num trono de glória e de grandeza suprema. Em Belém está reclinado no presépio humilde e de desprezo. No paraíso, resplandece de majestade. Em Belém está envolto em faixas infantis. No paraíso é infinitamente feliz na contemplação e no amor na sua essência. Em Belém está sujeito aos sofrimentos, derramando lágrimas entre rangidos de dor.
E quem obrigou o Deus infinito se abaixar do paraíso, nesse pobre presépio?
Foi o amor (Jo 3,16). É a única palavra que explica o presépio, calvário e o tabernáculo. Não procuremos outra explicação: tudo está aí! Deus amou tanto o homem, que se fez criança para acariciá-lo! Que se fez vítima para salvá-lo! Que se fez pão para ser alimento.
É o amor de Deus pelos homens que o tornou pobre, aniquilado, sujeito aos sofrimentos, para que sua pobreza enriquecesse a nossa vida – para que as humilhações nos merecessem a glória celeste, – para que os seus sofrimentos fossem a nossa felicidade.
É por isso que os anjos anunciam a paz, quando o Senhor do universo está reclinado num presépio de animais. A paz, de fato, não está na grandeza, na glória; mas sim na humildade… ela habita a choupana do pobre, e muitas vezes foge do palácio dos ricos.
Jesus nasceu na pobreza, morrerá na pobreza e continuará a sua vida eucarística na pobreza de nossos tabernáculos e na pobreza extrema de nossos corações. Notemos que há aqui uma sucessão, divinamente preparada… para evitar transições chocantes, que repugnariam a majestade divina e a nossa confiança em Deus.
O termo da encarnação é a Eucaristia, ou melhor, é o coração do homem que Jesus Cristo quer conquistar, e no qual quer fixar a sua morada. Ora, o coração do homem é tão estreito, tão mesquinho, tão pobre, tão manchado que se fica tomado de pavor estudando-lhe as aspirações e as tendências. É neste coração, entretanto que Jesus quer morar.
Agora, meçam a distancia entre o esplendor da glória celeste… e o abismo frio do coração humano.
Deus não pode descer diretamente, é preciso que Ele deponha um por um, os raios da sua glória, até poder entrar neste coração.
É o que Ele fez para a encarnação. Despe-se do aparato de sua Divindade: E ei-lo sob as aparências de uma criancinha. Despe-se de sua glória: E ei-lo reclinado numa pobre manjedoura.
Mais tarde despir-se-á de sua dignidade, será pregado na cruz como malfeitor. Despir-se-á, enfim, até da aparência humana, velando-se pelas aparências de um pouco de pão.
Estas próprias aparências de pão, serão destruídas pela manducação, e Ele, o grande Deus, o grande Glorioso, espiritual, entrará diretamente em contato com nosso coração… sem intermediário: coração a coração.
Que maravilha admirável! Só Deus pode imaginar e realizar tais maravilhas: Belém e o tabernáculo.
Manjedoura Celeste
Agora, compreendemos melhor a relação íntima que há entre Belém e o Tabernáculo; este último é o prolongamento da primeira.
Belém significa: casa de pão, foi ali que se preparou o pão vivo, o pão descido do céu, que está depositado na Eucaristia.
Jesus escolheu Belém para berço, porque devia permanecer na Eucaristia, como alimento de nossa vida.
Em Belém, Ele se mostrou pequeno; na Eucaristia ele se mostra aniquilado. Em Belém, Ele escondia a sua divindade; na Eucaristia Ele esconde divindade e humanidade. Em Belém eram pobres faixas que envolviam o seu corpo; na Eucaristia são as espécies de pão que nos encobrem os encantos de sua beleza. Em Belém, estava reclinado num miserável presépio; na Eucaristia está num Tabernáculo não menos pobre. Em Belém encontrará alívio de seus sofrimentos no amor de sua mãe, de seu pai adotivo, dos inocentes pastores, na Eucaristia recebe as afrontas e os desprezos de seus próprios irmãos.
Mas quem vos obrigou, ó grande Deus, a esconder-vos na Eucaristia?
É a mesma resposta: seu amor para conosco!
Desejava unir-se intimamente ao nosso coração, e para realizar este desejo, escondeu sob espécies de pão, a grandeza da sua divindade e a glória de sua humanidade.
Mas, examinemos de mais perto o Tabernáculo. Em Belém, Jesus podia ter tido um pequeno berço, uma rede, como usam os orientais; podia, sim, mas não convinha.
Belém é a casa do pão. O pão é um alimento; é preciso, pois, depositá-lo num receptáculo de alimento: e este receptáculo é a manjedoura, na qual se costuma depositar milho, farelo, farinha… para alimentar os animais.
Jesus querendo ser alimento, devia ser depositado numa manjedoura.
A Eucaristia continua o seu estado. Ele é o nosso alimento. O Tabernáculo pelas suas dimensões estreitas, é a continuação e o prolongamento da manjedoura.
Ele está ali deitado sobre os alvos paninhos do altar, esperando a visita dos pastores e dos magos, dos pobres e dos ricos, por eles representados.
Em Belém, Jesus estava reclinado numa manjedoura terrestre, porque era Deus feito homem. Na Eucaristia, ele está reclinado numa manjedoura celeste, porque é Deus-homem feito pão celeste.
Pão celeste, pão do céu, pão dos anjos, pão divino reclinado na manjedoura celeste da Eucaristia, Ele aspira a descer no coração de seus filhos, como em Belém, ele aspirava a ser acalentado nos braços da virgem pura, de José, dos pastores e dos magos.
Concluindo
Ó presépio de Belém, lembrai-me o presépio da eucaristia.
Neste dia que festejamos Deus feito homem, lembremo-nos do Deus homem feito pão.
Não se limite a nossa vista à parte exterior, material, deste dia abençoado, mas penetremos nos desígnios de Deus, e depois de ter adorado o grande Deus, feito criança… aproximemo-nos da mesa sagrada, para aí receber a criança feita pão para nossas vidas.
É o mesmo Jesus! Ele começou a sua carreira no presépio de Belém… mas quer terminá-la no presépio de nosso coração.
Em Belém, Ele veio para amar; na Eucaristia Ele está para alimentar. Em Belém, Ele veio trazer-nos o seu amor; na Eucaristia, Ele vem receber o nosso amor.
Cantemos, pois, alegres, com a Igreja: Quem não amará em retribuição aquele que tanto nos amou? Quem não receberá aquele que se faz alimento?
Quem não irá haurir a vida no coração daquele que vem trazer a vida e a felicidade?
Jesus do presépio, sede também o Jesus no nosso coração!
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Fonte: http://www.sociedadecatolica.com.br