sábado, 24 de dezembro de 2011

Eucarística: Façam isto em memória de Mim

Desejo a todos que procuram como eu viver cada dia mais  o santissimo sacramento que nos foi dado por Cristo Jesus, um Santo e Feliz Natal, estarei de férias ate o proximo dia 3/01/2012 quanto retornarei publicando artigos que nos ajudem a aumentar nossa FE NA EUCARISTIA, um feliz ano novo a todos.
Claudio.


“Enquanto ceavam, ele tomou um pão, pronunciou a bênção, o partiu e o deu a seus discípulos, dizendo: Tomai, isto é meu corpo. E, tomando o cálice, pronunciou a ação de graças, deu-o, e todos dele beberam. E disse-lhes: ´Este é o meu sangue, o sangue da Aliança, que se derrama por todos’… Façam isto para celebrar a minha memória.”
Este relato da instituição da eucaristia é encontrado em vários textos do Novo Testamento: Mc 14, 12- 31; Mt 26, 17-35; Lc 22, 7-20.31-34 e 1Cor 11, 23-26. E com variações de detalhes, este texto é encontrado, em essência, em todas as orações eucarísticas.
Fazer o que Ele fez e em memória dele! É o mandamento que Ele nos deixou. Mas, podemos perguntar: o que Ele fez? E por quê?
Como judeu fiel, Jesus participava, anualmente, da celebração da ceia pascal. E naquela noite, antes de sua paixão, desejou ardentemente celebrá-la com seus amigos dando um novo significado ao rito judaico. Ele sintetizou o sentido profundo de toda sua vida na ação simbólica da ceia pascal. Antecipou, ritualmente, sua entrega total ao Pai pela humanidade com sua morte e ressurreição. Inaugurou, assim, a nova e eterna aliança selada com seu sangue.
A partir daí, a ceia pascal cristã será não apenas memorial da experiência do êxodo, mas o memorial, a lembrança atualizante da ação libertadora, salvífica que Deus realizou através de Jesus a toda a humanidade: sua encarnação, vida, morte, ressurreição, ascensão e entrega de seu Espírito.
Participando da ação ritual da Ceia eucarística, participamos, no “hoje ” de nossa vida, da morte-ressurreição de Jesus, passamos com Ele da morte para a vida, até que Ele venha, na esperança da plena comunhão no Reino do Pai.
Este sentido central da ação eucarística, como memorial do mistério pascal, está concentrado e, deve ser professado com entusiasmo por toda a assembléia na aclamação memorial, logo depois da narrativa da instituição: Eis o mistério da fé! Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, Vinde, Senhor Jesus!
Esta aclamação, juntamente com o que vem a seguir (anamnese) expressa que na eucaristia se realiza o que Jesus deixou como mandamento na última ceia: o memorial de seu mistério pascal.
A Eucaristia é, em primeiro lugar, memorial da morte e ressurreição do Senhor sob o sinal do pão e do vinho, dados em refeição, em ação de graças e súplica. Eucaristia é o principal sacramento da páscoa cristã. Ela significa. Realiza e torna presente e atual o mistério pascal de Jesus. E dela somos convidados a participar ativa, consciente, plena e frutuosamente, sendo com Cristo oferenda espiritual, agradável ao Pai e serviço gratuito aos irmãos.
A liturgia eucarística acompanha, portanto, a ação de Jesus na última ceia, como encontramos nos relatos bíblicos e na maioria das orações eucarísticas, desde os primeiros tempos do cristianismo:
- Ele tomou o pão… o cálice = preparação da mesa, apresentação dos dons,
- Ele pronunciou a bênção (sobre o pão e o vinho) = oração eucarística – ação de graças
- Ele partiu (o pão) = fração do pão
- Ele deu (o pão e o cálice com vinho) dizendo… = comunhão.
Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
Em que consiste a liturgia eucarística?
Ler e comparar os textos bíblicos, indicados acima, onde encontramos o relato da última ceia.
Como está sendo feita a aclamação memorial em sua comunidade? O que fazer para que expresse o sentido que ela traz?


 Formação Litúrgica em Mutirão
CNBB – rede celebra – revista de liturgia
Ficha 61
Maria de Lourdes Zavarez
fonte: CNBB – www.cnbb.org.br

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Eucaristia é “fonte e ápice de toda a vida cristã”.

Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa.

“A comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus, pelas quais a Igreja é ela mesma, a Eucaristia as significa e as realiza. Nela está o clímax tanto da ação pela qual, em Cristo, Deus santifica o mundo, como do culto que no Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por ele, ao Pai”.

Finalmente, pela Celebração Eucarística já nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos. (1 Cor 15,28).

Em sua palavra, a Eucaristia é o resumo e a suma de nossa fé: “Nossa maneira de pensar concorda com a Eucaristia, e a Eucaristia, por sua vez, confirma nossa maneira de pensar”.

Como se chama este Sacramento?

A riqueza inesgotável deste sacramento exprime-se nos diversos nomes que lhe são dados. Cada uma destas designações evoca alguns de seus aspectos. Ele é chamado:

Eucaristia,  porque é ação de graças a Deus. As palavras “eucharistein” (Lc 22,19;1Cor 11,24) e “eulogein” (MT 26,26; Mc 14,22) lembram as bênçãos judaicas que proclamam – sobretudo durante a refeição – as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação.
Ceia do Senhor, pois se trata de ceia que o Senhor fez a seus discípulos na véspera da Paixão, e a antecipação da ceia das bodas do Cordeiro na Jerusalém celeste.
Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa, sobretudo por ocasião da Ultima Ceia. É por este gesto que os discípulos o reconheceram após a ressurreição, e é com está expressão que os primeiros cristãos designarão suas assembléias eucarísticas. Com isso querem dizer que todos os que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com ele e já não formam senão um só corpo nele.
Assembléia Eucarística (synaxxis, pronuncie “sináxis”) porque a Eucaristia é celebrada na assembléia dos fiéis, expressão visível da Igreja.
Memorial da Paixão e da Ressurreição do Senhor.
Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também santo sacrifício da Missa, “sacrifício de louvor” (Hb 13,15), sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supero todos os sacrifícios da Antiga Aliança.
Santa e divina Liturgia, porque todo a liturgia da Igreja encontra seu centro e sua expressão mais densa na celebração deste sacramento; é no mesmo sentido que se chama também celebração dos Santos Mistérios. Fala-se também Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos Sacramentos. Com esta denominação designam-se as espécies eucarísticas guardadas no tabernáculo.
Comunhão, porque é por este sacramento que nos unimos a Cristo, que nos trona participantes de seu Corpo e de seu Sangue para formarmos um só corpo; denomina-se ainda as “coisas santas: ta hagia (pronuncia-se “ta háguia” e significa “coisas santas”); sancta (coisas santas)” – este é o sentido primeiro da “comunhão dos santos” de que fala o Símbolo dos Apóstolos – pão dos anjos, pão do céu, remédio de imortalidade, viático...
Santa Missa, porque a liturgia na qual se realizou o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis (“missio”: missão, envio) para que cumpram a vontade de Deus em sua vida cotidiana.

Instituição da Eucaristia

Tendo amado os seus, o Senhor amou-os ate o fim. Sabendo que chegara a hora de partir deste mundo para voltar a seu Pai, no decurso de uma refeição lavou-lhe os pés e deu-lhes o mandamento do amor. Para deixar-lhe uma garantia deste amor, para nunca afastar-se dos seus e para fazê-los participantes de sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como memória de sua morte e de sua ressurreição, e ordenou a seus apóstolos que a celebrassem até a sua volta. “constituindo-os então sacerdotes do Novo Testamento”.

“FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”
O mandamento de Jesus de repetir seus gestos e suas palavras “até que ele volte” não pede somente que se recorde de Jesus e do que ele fez. Visa a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, de sua vida, de sua Morte, de sua Ressurreição e de sua intercessão junto ao Pai.

Era sobretudo “no primeiro dia da semana”, isto é, no domingo, o dia da Ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam “para partir o pão” (At 20,7). Desde aqueles tempos até os nossos dias, a celebração da Eucaristia perpetuou-se, de sorte que hoje a encontramos em toda parte na Igreja, com a mesma estrutura fundamental. Ela continua sendo o centro da vida da Igreja.
Assim, de celebração em celebração, anunciando o Mistério Pascal de Jesus “até que ele venha” (1Cor 11,26), o povo de Deus em peregrinação “avança pela porta estreita da cruz” em direção ao banquete celeste, quando todos os eleitos se sentarão à mesa do Reino.


Na véspera da festa da Páscoa, como Jesus sabia que havia chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (cf. Jo 12,1). Caía a noite sobre o mundo, porque os velhos ritos, os antigos sinais da misericórdia infinita de Deus para com a humanidade iam realizar-se plenamente, abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova Páscoa. Eucaristia foi instituída durante a noite, preparando antecipadamente a manhã da Ressurreição.

Comecemos desde já a pedir ao Espírito Santo que nos prepare para podermos entender cada expressão e cada gesto de Jesus Cristo: porque queremos viver vida sobrenatural, porque o Senhor nos manifestou a sua vontade de se dar a cada um de nós em alimento da alma, e porque reconhecemos que só Ele tem palavras de vida eterna.

A fé leva-nos a confessar com Simão Pedro: Nós acreditamos e sabemos que tu és o Cristo, o Filho de Deus. E é essa mesma fé, fundida com a nossa devoção, que nesses momentos transcendentes nos incita a imitar a audácia de João, a aproximar-nos de Jesus e a reclinar a cabeça no peito do Mestre, que amava ardentemente os seus e, como acabamos de ouvir, iria amá-los até o fim.

Tenhamos em mente a experiência tão humana da despedida de duas pessoas que se amam. Desejariam permanecer sempre juntas, mas o dever – seja ele qual for – obriga-as a afastar-se uma da outra. Não podem continuar sem se separarem, como gostariam. Nessas situações, o amor humano, que, por maior que seja, é sempre limitado, recorre a um símbolo: as pessoas que se despedem trocam lembranças entre si, possivelmente uma fotografia, com uma dedicatória tão ardente que é de admirar que o papel não se queime. Mas não conseguem muito mais, pois o poder das criaturas não vai tão longe quanto o seu querer.

Porém, o Senhor pode o que nós não podemos. Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, não nos deixa um símbolo, mas a própria realidade: fica Ele mesmo. Irá para o Pai, mas permanecerá com os homens. Não nos deixará um simples presente que nos lembre a sua memória, uma imagem que se dilua com o tempo, como a fotografia que em breve se esvai, amarelece e perde sentido para os que não tenham sido protagonistas daquele momento amoroso. Sob as espécies do pão e do vinho encontra-se o próprio Cristo, realmente presente com seu Corpo, seu Sangue, sua Alma e sua Divindade.
(Fonte: "É Cristo que passa, 83 - Textos de São Josemaria")


A Celebração Litúrgica da Eucaristia

Desde o século II, temos o testemunho de S. Justino Mártir sobre as grandes linhas do desenrolar da Celebração Eucarística, que permaneceram as mesmas até os nossos dias para todas as grandes famílias litúrgicas. Assim escreve, pelo ano de 155, para explicar ao imperador pagão Antonio Pio o que os cristãos faziam.


Se os cristãos celebram a Eucaristia desde as origens, e sob uma forma que, em sua substância, não sofreu alteração através da grande diversidade do tempo e das liturgias, é porque temos consciência de estarmos ligados ao mandato do Senhor, dado na véspera de sua paixão: “Fazei isto em memória de mim” (1Cor 11, 24-25).

Cumprimos esta ordem do Senhor celebrando o memorial de seu sacrifício. Ao fazermos isto, oferecemos ao Pai o que ele mesmo nos deu: os dons de sua criação, o pão e o vinho, que pelo poder do Espírito Santo e pelas palavras de Cristo se tornaram o Corpo e o Sangue de Cristo, o que, assim, se torna real e misteriosamente presente.
Por isso, temos de considerar a Eucaristia:
 - como ação de graças e louvor ao Pai;
 - como memorial sacrifical de Cristo e de seu corpo.
 - como presença de Cristo pelo poder de sua palavra e de seu Espírito.

A presença de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das espécies e inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo.
Os frutos da Comunhão

A comunhão aumenta a nossa união com Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão traz como fruto principal a união íntima com Cristo Jesus. Pois o Senhor diz: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). A vida em Cristo tem seu fundamento no banquete eucarístico: “Assim como o Pai, quem vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim” (Jô 6,57)

Resumindo....
Jesus disse: “Eu sou o pão vivo, descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente(...) Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem vida eterna(...) permanece em mim e eu nele (Jo 6,51.54.56).

A Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a seu sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz a seu Pai; por seu sacrifício ele derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja.

A Eucaristia é o memorial da páscoa de Cristo. Não "memorial" no sentido de lembrança, mas, através dela, nos transportamos realmente ao Calvário no momento da entrega de Cristo.

É Cristo mesmo que, através do sacerdote, oferece o sacrifício eucarístico. É também o mesmo Cristo que está realmente presente sob as espécies do pão e do vinho, que é a oferenda do Sacrifício Eucarístico.

Apenas os sacerdotes devidamente ordenados (padres) podem presidir a Eucaristia e consagrar o pão e o vinho para se tornarem o corpo do Filho de Deus.

O corpo e o sangue de Cristo devem ser recebidos em estado de graça, ou seja, sem que estejamos manchados por pecados. Se alguém se vê em pecado é melhor que não comungue, pois quem toma o corpo e sangue de Jesus em pecado toma a sua própria condenação. Neste caso o fiel deve confessar-se antes de retornar ao banquete Santo.

Através da comunhão do corpo e sangue do Senhor, os pecados veniais (leves) são perdoados e o fiel é preservado dos pecados graves.

A Igreja lembra também que a visita ao Santíssimo Sacramento (Jesus presente no Sacrário numa comunidade perto de você) é uma prova de gratidão e de amor para com Cristo.


Fonte: Catecismo da Igreja Católica (1322 a 1418)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A Eucaristia - fonte de cura

O centro da fé católica é a Eucaristia. Reunimo-nos para celebrar a Eucaristia, o foco e o centro da nossa relação com Deus. Ali, o grande mistério da vida, da morte e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é celebrado de modo sacramental. Como católicos, devemos aceitar profundamente que a Eucaristia é muito mais do que até hoje imaginamos, ou seja, na realidade, uma cerimônia de cura. Com isto em mente, gostaria de compartilhar um pouco os meus pensamentos, a estima e o amor que sinto pela Eucaristia como cerimônia de cura.

O ensinamento tradicional católico da celebração eucarística como banquete do Senhor e também como sacrifício é bastante conhecido. Conforme declara o Concílio Vaticano II "Durante a última ceia, na noite em que foi traído, o nosso Salvador instituiu o sacrifício eucarístico do Seu corpo e sangue. Fez isto, a fim de perpetuar o sacrifício da cruz através dos tempos, até ao Seu segundo advento, confiando assim à Sua bem-amada esposa, a Igreja, a memória da Sua morte e ressurreição: um sacramento de amor, um sinal de unidade, um laço de caridade, um banquete pascal durante o qual Cristo é consumido, a mente se enche de graça e nos é oferecido um penhor da glória futura".

Todavia, nos últimos anos, tem-se renovado o interesse pela Eucaristia como cerimônia de cura. O Padre Ted Dobson escreveu um livro intitulado Say but the word (Mas dizei uma palavra) no qual sublinha com grande beleza o poder curativo da Eucaristia. No início do livro, declara que a cura pela Eucaristia tem feito parte da nossa herança católica.

"Nos primeiros dias do cristianismo, a Eucaristia era tida como sacramento de cura e transformação, um rito que conferia integridade às pessoas que o celebravam. Por exemplo, Santo Agostinho, no maior dos seus livros, A cidade de Deus, bem como na sua última obra, Revisões, testemunha as curas que vira na sua própria igreja, como resultado de as pessoas receberem a Eucaristia". Também Barbara Shlemon, R.N., escreveu um folheto no qual realça o poder curativo da Eucaristia: "Cada vez que participamos na Eucaristia, presenciamos uma cerimônia de cura. Ao aproximarmo-nos do altar, oramos: «Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo»".

Esta é uma oração de confiança no poder de Jesus Cristo de transformar as nossas necessidades físicas, emocionais e espirituais. Se realmente crermos que Jesus está presente na hóstia consagrada, deveremos ter a esperança de obter a integridade, ao recebermos o Seu corpo. A minha esperança, igualmente, é que possamos desenvolver maior estima e compreensão da Eucaristia, como cerimônia de cura, de uma cura do corpo, da mente e do espírito de todos.

(...) Mary Ann Cortes foi curada pela Eucaristia. Ela passara 17 anos em hospitais psiquiátricos, na região de New Orleans, Louisiana (Estados Unidos) e já fora submetida a todos os tratamentos conhecidos para doentes maníaco-depressivos, exceto eletro-choques. Ela começou a experimentar o poder da cura de Jesus, durante a Eucaristia, e ficou completamente curada ao fim de alguns meses. O Senhor realizara o que nenhum psiquiatra conseguira. O seu testemunho tem tocado profundamente centenas de vidas:

"Tenho vindo a descobrir que a Eucaristia é o maior sacramento de cura, e que cada Eucaristia é uma oração de cura. Depois de muitos tratamentos, os médicos perderam a esperança de que eu alguma vez viesse a recuperar a saúde mental, pelo que eu estava condenada a uma vida dependente dos medicamentos, que me alteravam até a minha maneira de ser. Quando eu adormecia, à noite, rezava para que morresse durante o sono, tal era o medo de acordar para mais um dia de pavor.

Depois de ter recebido a Efusão do Espírito e de ter começado a participar em Eucaristias de cura, fiquei completamente bem, tanto mental, como emocional e fisicamente. Hoje sou uma nova pessoa em Cristo. Em cada Eucaristia, uno tudo o que sou ao sacrifício de Cristo; nessa união com Ele, recebo em todo o meu ser a vida ressuscitada de Jesus, e isso vai-me transformando cada vez mais. Eu identifico-me com Ele e recebo a Sua Vida. Quanto mais ativamente participo na Eucaristia, tanto mais real Ele Se torna para mim. O próprio Jesus entra em mim e me cura de dentro para fora!"

fonte site - cominidade eterna misericordia

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EUCARISTIA

 A Igreja vive da Eucaristia. Fonte e centro de toda a vida cristã, ela nos dá a força necessária para, por meio do Espírito que o Cristo nos comunica, levar a todos o anúncio da salvação e a proposta da construção do reino de Deus.

O Mistério Pascal de Jesus Cristo, na sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu, celebrado e vivido na Eucaristia, estimula e ativa a esperança de que podemos construir um mundo que esteja de acordo com a vontade de Deus.

Quando nos esforçamos para viver na unidade e procuramos ter ações comuns de serviço ao povo de Deus, criamos as condições básicas da atuação libertadora que Jesus Cristo nos propõe em sua prática redentora. Somos assim convocados a sermos construtores de um mundo novo onde a santificação das pessoas se dá na luta pela justiça e pela paz.

Ao escolhermos prioridades para nossa ação pastoral, nos responsabilizamos por dar testemunho da nossa comunhão como comunidade que reconhece na celebração litúrgica toda a riqueza da Páscoa do Senhor.

O povo de Deus se alimenta da presença de Cristo para ter força de edificar a Igreja. A Eucaristia gera a verdadeira comunhão daqueles que, de coração sincero e motivados pela ação do Espírito Santo, participam e mergulham na plenitude do mistério da salvação.

claudio tadeu parpinelli

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A origem da Festa do Corpo de Deus


Um portentoso milagre está na raiz da tradicional Festa de Corpus Christi, celebrada solenemente em todo o mundo católico.
Pe. David C. Francisco, EP
A hóstia gotejou sangue
No longínquo ano de 1263, caminhava para Roma um sacerdote de nome Pedro, originário de Praga, segundo a tradição. Encontrando-se muito tentado em sua crença na presença real de Cristo na hóstia consagrada, fazia uma peregrinação para revigorar sua fé vacilante, pois sua identidade sacerdotal estava em jogo naquele atormentado período de sua vida. Ao se aproximar de Bolsena, decidiu entrar na cidade para prostrar-se diante do túmulo de Santa Cristina — mártir dos primeiros séculos do Cristianismo, da qual era muito devoto — e ali celebrar a Eucaristia.
Durante a Missa, voltou-lhe à mente a dúvida atroz que o atormentava, e ele pediu com insistência a intercessão da Santa a fim de conseguir aquela mesma fortaleza na Fé que a fez enfrentar o martírio.
No momento da Consagração, tendo a hóstia em suas mãos, pronunciou as palavras rituais: “Isto é meu Corpo…”. Imediatamente ocorreu o milagre: a hóstia tomou uma tonalidade avermelhada e começou a gotejar sangue, o qual caiu copiosamente sobre o corporal. Os fiéis presentes também puderam contemplar o acontecimento e, estupefatos, comentavam-no com a vivacidade característica da região.
Como prosseguir a celebração depois dessa impressionante manifestação divina? Faltou ânimo ao sacerdote. Tomado de imensa alegria e, ao mesmo tempo, de grande comoção, interrompeu a Missa, envolveu no corporal as espécies eucarísticas e dirigiu-se à sacristia.
Sua torturante dúvida estava desfeita, sentia a alma cheia da Fé na presença real de Cristo na Eucaristia, e o coração transbordante de gratidão a Deus e à sua santa intercessora.
Passados os momentos iniciais de forte emoção, decidiu ele ir sem demora comunicar o milagre ao Papa Urbano IV, que então residia temporariamente na vizinha cidade de Orvieto. Desejava também confessar ao Vigário de Cristo seu pecado de dúvida e pedir-lhe a absolvição.
Averiguações e confirmação do milagre
Com toda paternalidade, o Pontífice atendeu-o, juntamente com os clérigos e demais testemunhas do prodígio. Depois de ouvir com atenção todos os detalhes do acontecimento, resolveu enviar a Bolsena uma comissão chefiada pelo próprio Arcebispo de Orvieto — consta que dela faziam parte São Tomás de Aquino e São Boaventura —incumbida de fazer uma rigorosa averiguação dos fatos e, se confirmado o milagre, trazer as preciosas relíquias até ele.
Após cuidadosas verificações, a comissão concluiu que tinha havido realmente um milagre. Formou-se então uma esplendorosa procissão para conduzir as inapreciáveis relíquias. Dela participavam os dignitários e uma multidão de fiéis da cidade de Bolsena, agitando ramos de oliveira. A seu encontro, veio de Orvieto outra procissão, formada pelo Papa, sua corte, os membros do clero e numeroso povo.
Urbano IV prostrou-se de joelhos em terra para receber a Sagrada Hóstia envolta no corporal de linho impregnado do Preciosíssimo Sangue de nosso Redentor. Em seguida, dirigiram-se todos para a velha catedral. Ali, as Sagradas Espécies e o corporal foram mostrados ao público exultante de alegria e emoção, antes de serem colocados no sacrário.
Com toda a Igreja, tinha o Papa conhecimento do famoso milagre de Lanciano, em que a hóstia e o vinho consagrados se transformaram em carne e sangue visíveis e tangíveis, conservando-se assim, sem se decompor, desde o século oitavo. Além disto, ele fora confidente de Santa Juliana de Mont Cornillon, a qual, em visões místicas, recebera dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de ser incluída no Calendário Litúrgico uma festa em honra da Eucaristia.
Instituição da Festa do Corpo de Deus
E, agora, diante do acontecido em Bolsena, não lhe restava mais nenhuma dúvida sobre o que lhe competia fazer.
Assim, no dia 11 de agosto de 1264, através da bula Transiturus de Hoc Mundo, instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo para todo o orbe cristão o culto público à Sagrada Eucaristia, que era oficiado apenas em algumas dioceses, por influência de Santa Juliana.
Cinqüenta anos mais tarde, o Papa Clemente V tornou obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na presença real de Cristo na Hóstia Sagrada.
Estava, assim, instaurada em toda a Igreja a “Festa em que o Povo de Deus se reúne à volta do tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua própria Presença, e O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade” (João Paulo II, Homilia durante a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, 14/6/2001).
Para conter as preciosas relíquias do milagre de Bolsena, a piedade católica fez confeccionar um esplendoroso relicário e, depois, erigir a belíssima Catedral gótica de Orvieto, cuja fachada colorida até hoje é objeto de admiração no mundo inteiro.
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

COMUNHÃO ESPIRITUAL

Eis aqui um dos conselhos que o beato Pe. Pio de Pietrelcina dava a uma sua filha espiritual: “Durante o dia, quando não podes fazer alguma outra coisa, chama por Jesus, mesmo até no meio de todas as outras ocupações, com um gemido resignado da alma, e Ele virá e ficará sempre unido com tua alma por meio de sua Graça e do Seu Santo Amor. Voa com o teu espírito para diante do Sacrário, quando lá não podes ir com teu corpo, e lá desafoga os teus ardentes desejos e abraça o Amado das Almas, melhor ainda do que se tivesses podido recebê-Lo sacramentalmente!”

Aproveitemos, nós também, deste grande Dom. Especialmente nos momentos de provação ou de abandono, que pode haver de mais precioso do que a união com Jesus Hóstia, por meio da Comunhão Espiritual? Este Santo exercício pode encher os nossos dias de amor e de encanto, pode fazer-nos viver com Jesus em um amplexo de amor, e só depende de nós que o renovemos freqüentemente e que não interrompamos quase nunca.

Santa Ângela Merici tinha uma especial predileção pela Comunhão Espiritual. Não somente a fazia muitas vezes e exortava os outros a fazê-la, mas chegou a deixá-la como “herança” às suas filhas, a fim de que a praticassem sempre.

A vida de São Francisco de Sales não deve ter sido talvez toda ela uma corrente de Comunhões Espirituais? Era propósito de o Santo fazer uma Comunhão Espiritual pelo menos cada quarto de hora. Este mesmo propósito foi o que tinha tomado São Maximiliano Maria Kolbe, desde jovem.

E o servo de Deus André Beltrami deixou-nos uma breve página de seu diário íntimo que é um pequeno programa de uma vida vivida em uma Comunhão Espiritual contínua com Jesus Eucarístico. Estas são as suas palavras: “Onde quer que eu me ache, pensarei amiúde em Jesus Sacramento. Fixarei meu pensamento no Santo Sacrário, até mesmo quando eu acordar de noite, adorando-O de onde eu estiver, chamando por Jesus no Sacramento, oferecendo-Lhe o trabalho que eu estiver fazendo. Vou instalar um fio telegráfico da sala de estudo até a Igreja, um outro a partir do meu quarto e um terceiro do refeitório. Depois, vou enviar despachos, no maior número possível, a Jesus no Sacramento.” Que contínua corrente de amor Divino não deve ter passado por aqueles queridos... fios telegráficos!

FONTE  SITE ULTIMAS E DERRADEIRAS GRAÇAS.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Adoração Eucarística decola no Líbano

Quarenta Horas de Devoção, promovido por um grupo de leigos
BEIRUTE, Líbano, terça-feira, 13 de dezembro de 2011 (ZENIT.org) – Um grupo de leigos libaneses formou um grupo chamado New Creation (Nova Criatura), com o objetivo de fomentar a devoção a Jesus. O nome foi inspirado pela segunda carta aos Coríntios: “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura”, (2 Cor 5,17).
A principal forma utilizada em seus esforços para ajudar as pessoas a desenvolver uma relação pessoal com Cristo, é promover ‘Quarenta Horas de Devoção’, onde estão em contínua oração até que o Santíssimo Sacramento é solenemente exposto.
“Esta iniciativa procura criar uma abertura para o relacionamento com Jesus, através de um encontro direto com Ele na eucaristia”, afirmou Antoine Naanouh, fundador do 'Nova Criatura'.
“O Mestre ensina e os discípulos aprendem, em silencio, e depois ele pode viver e praticar os ensinamentos do Mestre,” acrescentou Antoine.
O primeiro ‘Quarenta Horas de Devoção’ organizado pelo grupo, aconteceu em outubro no ‘Convento do Salvador’, dos monges Trapistas em Dlebta, Líbano. Apesar do número de pessoas inscritas para a adoração ter sido de 110, o número real chegou a mais de 170.
Outro momento de Adoração Eucarística aconteceu em novembro, na igreja ‘Nossa Senhora de Khassale’, em Kobayat no norte do Líbano onde mais de 400 pessoas participaram do evento.
Naanouh comentou que, depois que tantas pessoas demonstram essa sede pela devoção, o grupo dele coordenou este evento em várias paróquias. Acontecerão outras duas sessões de adoração nas regiões de Kesserwan e Beirute antes do final do ano.
Enquanto isso, o ‘Nova Criatura’ tenta difundir esta prática por todas as paróquias do Líbano.
(Tradução:MEM)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Eucaristia, permanente «Deus conosco»

Pregador do Papa: A Eucaristia, permanente «Deus conosco» para todo o mundo
Homilia do padre Raniero Cantalamessa na celebração da Paixão do Senhor

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 25 de março de 2005
«A Eucaristia é o modo inventado por Deus para ser para sempre o “Emanuel”, Deus conosco», recordou o pregador do Papa esta Sexta-Feira Santa no Vaticano, em sua homilia durante a celebração da Paixão do Senhor.

O ano da Eucaristia caracterizou a reflexão oferecida, como de costume, pelo padre Raniero Cantalamessa OFM cap. --pregador da Casa Pontifícia-- na Basílica de São Pedro, esta vez sem a presença física de João Paulo II, que, convalescente, seguiu a celebração pela televisão.

O cardeal James Francis Stafford, Penitenciário Maior, presidiu em nome do Santo Padre os ofícios da Sexta-feira Santa.

Um hino eucarístico do século XIII, o Ave verum, foi o itinerário escolhido pelo sacerdote capuchinho em sua meditação: Salve, verdadeiro corpo nascido de Maria Virgem / Verdadeiramente atormentado e imolado na cruz pelo homem. / De teu lado transpassado brotou água e sangue / Sê para nós prenda no momento da morte. / Oh Jesus doce, Oh Jesus piedoso, oh Jesus, filho de Maria!

A «identidade total entre o Jesus da Eucaristia e o da história» é o ponto de partida desses versos: «é o Jesus nascido de Maria em Belém --recordou o pregador do Papa--, o mesmo que “passou fazendo o bem a todos” (Atos 10, 38), que morreu na cruz e ressuscitou ao terceiro dia, o que está presente hoje no mundo, não uma vaga presença espiritual sua, ou, como diz alguns, sua “causa”».

«A Eucaristia é o modo inventado por Deus para ser para sempre o «Emanuel», Deus conosco», sublinhou.

«Tal presença não é uma garantia e uma proteção só para a Igreja --declarou--, mas para todo o mundo».

De fato, explicou o pregador do Papa que a expressão «Deus está conosco!» está longe de exclusivismos, pois «com a vinda de Cristo tudo se fez universal. “Deus reconciliou o mundo consigo em Cristo, não tomando em conta as transgressões dos homens” (2 Cor 5, 19). Ao mundo inteiro, não a uma parte; a todos os homens, não a um só povo», significa que Deus está «de parte do homem, é seu amigo e aliado contra as forças do mal», afirmou.

Mas «Deus não reconciliou o mundo consigo para abandoná-lo depois a nada», recordou aludindo a quem não crê em uma vida para o homem depois da morte.

«Cristo, diz a Carta aos Hebreus --prosseguiu--, morreu para procura-nos «uma redenção eterna» (Atos 9, 12)», Ele cada dia «volta do mais além para assegurar-nos e renovar suas promessas» saindo ao encontro «na Eucaristia para dar-nos uma mostra do banquete final».

A Eucaristia também «prolonga na história a presença» do Jesus «doce e piedoso» --«é o sacramento da não violência!», afirmou o padre Cantalamessa--; mas «a mansidão de Cristo» «não justifica, mas faz ainda mais estranha e odiosa a violência que se registra hoje frente a sua pessoa».

«O perverso mecanismo do cordeiro expiatório» «está novamente em andamento com respeito a Cristo de uma forma até agora desconhecida», denunciou. Mostra disso é que «se sucedem sem descanso novelas, filmes e espetáculos nos quais se manipula ao bel prazer a figura de Cristo».

«Talvez devemos imitar nosso Mestre e dizer simplesmente: “Pai, perdoa-os porque não sabem o que fazem” --sugeriu--. Perdoa-os e a nós, porque é certamente também por causa de nossos pecados, presentes e passados, que tudo isto sucede e se sabe que é para golpear os cristãos que se golpeia Cristo».

«Permitimo-nos só --apontou o pregador da Casa Pontifícia-- dirigir a nossos contemporâneos, em nosso interesse e no seu, o chamado que Tertuliano fazia em seu tempo aos gnósticos inimigos da humanidade de Cristo: não tireis do mundo sua única esperança».

Fazendo chegar ao Papa «o agradecimento pelo dom do ano eucarístico» e o desejo de uma pronta recuperação, o padre Cantalamessa expressou: «Volta logo, Santo Padre; a Páscoa é muito menos “Páscoa” sem você».

E convidou os presentes a usar as palavras do Ave verum ¬--composto para acompanhar a elevação da Hóstia na Missa-- «para saudar a Cristo» em sua elevação «na cruz ante nós», evidenciando assim a «unidade entre Eucaristia e Ministério da cruz, entre o ano eucarístico e a Sexta-Feira Santa».

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

EUCARISTIA: FONTE de VIDA

Presença permanente de Cristo em nosso meio, a Eucaristia é uma escola de fé e de amor
Eucaristia = vem da palavra grega Eucharistein, que significa “ação de Graças”.
- Sacramento da Igreja onde Jesus se faz presente sob as espécies de pão e de vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade.
- Instituído por Jesus na última ceia, é o memorial de sua morte e ressurreição, banquete pascal em que ele se dá em alimento.
Participar da eucaristia é participar da vitória de Jesus ressuscitado e da ceia pascal, do banquete sagrado, o pão vivo descido do céu para a vida do mundo. É adorar, nas espécies do pão e do vinho consagrados, aquele que o céu e a terra não podem conter, porque é o próprio Deus.
A fé na presença de Cristo apóia-se nas palavras pronunciadas por Cristo na última ceia, quando, tendo benzido e partido o pão, deu-o a seus discípulos dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo.
Fez igualmente, tomando o cálice com o vinho: Bebei dele todos, pois este é o cálice do meu sangue que será derramado por vós para a remissão dos pecados (Mt 26, 26-29).
São Paulo (1 Cor 11, 17-31) fez-se o porta-voz desse fato e da tradição cristã primitiva a respeito da eucaristia.
Memorial da morte e ressurreição do Senhor
Memorial palavra que exprime realidade bem mais profunda que simples lembrança histórica. Significa que nesta celebração, o acontecimento torna-se novamente presente em toda a sua eficácia para os que o realizam na fé. Jesus escolheu exatamente este rito como sinal da nova páscoa, e para perpetuar a memória de sua passagem da morte para a ressurreição.
Na última ceia, oferece no pão o seu corpo: dado por vós, no vinho o seu sangue: derramado por vós e por todos, sem restrição...; e convida os apóstolos a repetir o seu gesto: Fazei isto em memória de mim (Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24).
Fazer o quê? Repetir as palavras, os gestos e o rito, num mecanicismo e numa rotina sem fim? Não! Fazei isto tudo aquilo que Jesus fez durante a vida inteira, em gestos e palavras.
Fazei isto em memória de mim (Lc 22, 19) é um convite a fazer de nossas vidas uma ação de graças. Sede também vós eucaristia para vossos irmãos.
Vida para a Igreja
A eucaristia é o centro da vida da Igreja porque torna presente o sacrifício de Cristo na cruz e permite que dele participemos, ofertando-o com Cristo.
É vida para a Igreja que, à luz do exemplo de Cristo, realiza o lava-pés, servindo, despojando-se e doando-se, sobretudo aos mais necessitados de bens, justiça, amor e perdão.
Vida para a comunidade
Da comunhão de Deus com os que crêem é que nasce a comunidade, a assembléia cristã, que encontra, na participação do corpo e sangue de Cristo, o seu momento comunitário culminante. Por isso, a eucarisitia, além de ser banquete, convida os cristãos a viver a comunhão eucarística em uma comunidade, que age segundo o Seu exemplo.
Expressão de amor
Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os ao extremo (Jo 13, 1). A eucaristia é a expressão do infinito amor de Deus-Pai, que entrega seu Filho para nos salvar, e do Filho, que, obediente ao Pai, se imola por nós.
É esse amor que ressuscita, faz viver e transforma os discípulos em testemunhas da ressurreição e promotores da vida.
A Eucaristia hoje
A eucaristia tem a ver com a preocupação para que haja o necessário para todos até sobrar: 12 cestos cheios! Aos discípulos é dada a ordem: Fazei isto... Dai-lhes vós mesmos de comer.
Celebrar a Eucaristia hoje:
- é unir-nos ao sacrifício de Cristo, ofertando ao Pai a entrega de Cristo junto com as nossas alegria e dores.
- é olhar para Jesus de Nazaré, sua vida, seus gestos, suas atitudes e seus sentimentos, deixando-nos impregnar por eles, sobretudo por seu amor: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei (Jo 15, 17).
- é aprender a partilhar sempre os dons e os bens. É assumir a causa dos excluídos, atitude coerente com a prática de Jesus.
- é assumir o compromisso de derrubar as barreiras, construir comunhão.
- é renovar a fé, vivendo a Palavra que impulsiona à missão. É renovar a esperança no coração desesperançado. É renovar a caridade, sem a qual toda riqueza é vã.
A celebração eucarística é a celebração da nossa fé e da nossa esperança, que nos lança no seguimento de Jesus, no caminho de uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Maria Helena Lemos Rateke

domingo, 11 de dezembro de 2011

Carta Encíclica - Conclusão .

59. « Ave, verum corpus natum de Maria Virgine ». Celebrei há poucos anos as bodas de ouro do meu sacerdócio. Hoje tenho a graça de oferecer à Igreja esta encíclica sobre a Eucaristia, na Quinta-feira Santa do meu vigésimo quinto ano de ministério petrino. Faço-o com o coração cheio de gratidão. Há mais de meio século todos os dias, a começar daquele 2 de Novembro de 1946 quando celebrei a minha Missa Nova na cripta de S. Leonardo na catedral do Wawel, em Cracóvia, os meus olhos concentram-se sobre a hóstia e sobre o cálice onde o tempo e o espaço de certo modo estão « contraídos » e o drama do Gólgota é representado ao vivo, desvendando a sua misteriosa « contemporaneidade ». Cada dia pôde a minha fé reconhecer no pão e no vinho consagrados aquele Viandante divino que um dia Se pôs a caminho com os dois discípulos de Emaús para abrir-lhes os olhos à luz e o coração à esperança (cf. Lc 24, 13-35).

Deixai, meus queridos irmãos e irmãs, que dê com íntima emoção, em companhia e para conforto da vossa fé, o meu testemunho de fé na Eucaristia: « Ave, verum corpus natum de Maria Virgine, / vere passum, immolatum, in cruce pro homine! ». Eis aqui o tesouro da Igreja, o coração do mundo, o penhor da meta pela qual, mesmo inconscientemente, suspira todo o homem. Mistério grande, que nos excede - é certo - e põe a dura prova a capacidade da nossa mente em avançar para além das aparências. Aqui os nossos sentidos falham - « visus, tactus, gustus in te fallitur », diz-se no hino Adoro te devote -; mas basta-nos simplesmente a fé, radicada na palavra de Cristo que nos foi deixada pelos Apóstolos. Como Pedro no fim do discurso eucarístico, segundo o Evangelho de João, deixai que eu repita a Cristo, em nome da Igreja inteira, em nome de cada um de vós: « Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna » (Jo 6, 68).

60. Na aurora deste terceiro milénio, todos nós, filhos da Igreja, somos convidados a progredir com renovado impulso na vida cristã. Como escrevi na carta apostólica Novo millennio ineunte, « não se trata de inventar um "programa novo". O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva. Concentra-se em última análise, no próprio Cristo, que temos de conhecer, amar, imitar, para n'Ele viver a vida trinitária e com Ele transformar a história até à sua plenitude na Jerusalém celeste ».(103) A concretização deste programa de um renovado impulso na vida cristã passa pela Eucaristia.

Cada esforço de santidade, cada iniciativa para realizar a missão da Igreja, cada aplicação dos planos pastorais deve extrair a força de que necessita do mistério eucarístico e orientar-se para ele como o seu ponto culminante. Na Eucaristia, temos Jesus, o seu sacrifício redentor, a sua ressurreição, temos o dom do Espírito Santo, temos a adoração, a obediência e o amor ao Pai. Se transcurássemos a Eucaristia, como poderíamos dar remédio à nossa indigência?

61. O mistério eucarístico - sacrifício, presença, banquete - não permite reduções nem instrumentalizações; há-de ser vivido na sua integridade, quer na celebração, quer no colóquio íntimo com Jesus acabado de receber na comunhão, quer no período da adoração eucarística fora da Missa. Então a Igreja fica solidamente edificada, e exprime-se o que ela é verdadeiramente: una, santa, católica e apostólica; povo, templo e família de Deus; corpo e esposa de Cristo, animada pelo Espírito Santo; sacramento universal de salvação e comunhão hierarquicamente organizada.

O caminho que a Igreja percorre nestes primeiros anos do terceiro milénio é também caminho de renovado empenho ecuménico. Os últimos decénios do segundo milénio, com o seu apogeu no Grande Jubileu do ano 2000, impeliram-nos nesta direcção, convidando todos os baptizados a corresponderem à oração de Jesus « ut unum sint » (Jo 17, 11). É um caminho longo, cheio de obs- táculos que superam a capacidade humana; mas temos a Eucaristia e, na sua presença, podemos ouvir no fundo do coração, como que dirigidas a nós, as mesmas palavras que ouviu o profeta Elias: « Levanta-te e come, porque ainda tens um caminho longo a percorrer » (1 Re 19, 7). O tesouro eucarístico, que o Senhor pôs à nossa disposição, incita-nos para a meta que é a sua plena partilha com todos os irmãos, aos quais estamos unidos pelo mesmo Baptismo. Mas para não desperdiçar esse tesouro, é preciso respeitar as exigências que derivam do facto de ele ser sacramento da comunhão na fé e na sucessão apostólica.

Dando à Eucaristia todo o realce que merece e procurando com todo o cuidado não atenuar nenhuma das suas dimensões ou exigências, damos provas de estar verdadeiramente conscientes da grandeza deste dom. A isto nos convida uma tradição ininterrupta desde os primeiros séculos, que mostra a comunidade cristã vigilante na defesa deste « tesouro ». Movida pelo amor, a Igreja preocupa-se em transmitir às sucessivas gerações cristãs a fé e a doutrina sobre o mistério eucarístico, sem perder qualquer fragmento. E não há perigo de exagerar no cuidado que lhe dedicamos, porque, « neste sacramento, se condensa todo o mistério da nossa salvação ».(104)

62. Meus queridos irmãos e irmãs, vamos à escola dos Santos, grandes intérpretes da verdadeira piedade eucarística. Neles, a teologia da Eucaristia adquire todo o brilho duma vivência, « contagia-nos » e, por assim dizer, nos « abrasa ». Ponhamo-nos sobretudo à escuta de Maria Santíssima, porque n'Ela, como em mais ninguém, o mistério eucarístico aparece como o mistério da luz. Olhando-A, conhecemos a força transformadora que possui a Eucaristia. N'Ela, vemos o mundo renovado no amor. Contemplando-A elevada ao Céu em corpo e alma, vemos um pedaço do « novo céu » e da « nova terra » que se hão-de abrir diante dos nossos olhos na segunda vinda de Cristo. A Eucaristia constitui aqui na terra o seu penhor e, de algum modo, antecipação: « Veni, Domine Iesu » (Ap 22, 20)!

Nos sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu corpo e sangue, Cristo caminha connosco, como nossa força e nosso viático, e torna-nos testemunhas de esperança para todos. Se a razão experimenta os seus limites diante deste mistério, o coração iluminado pela graça do Espírito Santo intui bem como comportar-se, entranhando-se na adoração e num amor sem limites.

Façamos nossos os sentimentos de S. Tomás de Aquino, máximo teólogo e ao mesmo tempo cantor apaixonado de Jesus eucarístico, e deixemos que o nosso espírito se abra também na esperança à contemplação da meta pela qual suspira o coração, sedento como é de alegria e de paz:

« Bone Pastor, panis vere
Iesu, notri miserere... ».

« Bom Pastor, pão da verdade,
Tende de nós piedade,
Conservai-nos na unidade,
Extingui nossa orfandade
E conduzi-nos ao Pai.

Aos mortais dando comida
Dais também o pão da vida:
Que a família assim nutrida
Seja um dia reunida
Aos convivas lá do Céu ».

Dado em Roma, junto de S. Pedro, no dia 17 de Abril, Quinta-feira Santa, do ano 2003, vigésimo quinto do meu Pontificado e Ano do Rosário.

IOANNES PAULUS II

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ELE ESTÁ CHEGANDO DE NOVO...

“Agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé” (Rm 13, 11).

“Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima” (Lc 21, 28).

          ADVENTO é caminhada de esperança. Convida-nos a ir ao encontro do Salvador, iluminando e transformando a vida com a luz das boas obras: “Abandonemos as  obras das trevas e vistamos as armas da luz... Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não atendais aos desejos e paixões da vida carnal” (Rm 13, 12-14).
A graça de Cristo  é o vestido novo que nos transfigura e identifica com Ele. Quando Cristo for vida em nós, veremos o Salvador.
          ADVENTO exige preparação para a chegada de Deus. Exige vigilância e atenção, escuta dos passos de Deus. Vigiar é a sabedoria de quem traz as lâmpadas da fé, da esperança e da caridade sempre acesas com o combustível da fidelidade e da perseverança na prática do bem.
          ADVENTO é exigência de conversão. Quem não se converte não espera. “Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo... Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para  ele” (Mt 3, 2-3). É preciso então mudar de vida, endireitar veredas de orgulho e egoísmos. Esperar o Senhor que vem é caminhar na alegria e ir ao seu encontro com o coração em festa. João Batista, vestido de penitência e vivendo na austeridade, aponta os caminhos direitos por onde ir ao encontro do Senhor. Denuncia e desmascara atitudes que nos impedem de caminhar em justiça e santidade. Todo fiel cristão é precursor, é voz e testemunha, é transparência de Cristo, caminho por onde Ele quer chegar.
          O Senhor está perto. Ele em pessoa bate à porta de todos. Ele vem salvar o ser humano inteiro, espalhar sementes do Verbo para fazer de tudo a nova criação.
            Queremos acolher Jesus na fé, como José e Maria, fazendo-lhe espaço no coração e na vida por obra do Espírito Santo. Maria de Nazaré é nossa delegada para ir ao encontro de Deus, nossa voz e representante, oferta suprema de nossa raça.
          “Nasceu para nós um Menino, um filho nos foi  dado” (Is 9, 5). Na  verdade e ternura de uma Criança que nos emociona e cativa, esconde-se o mistério que nos emudece e ultrapassa.

O presépio já é  altar onde se oferece ao Pai a oblação imaculada, lavada no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo, que do oriente e do ocidente purifica e alegra a humanidade.

          Passam agora por Cristo todos os caminhos dos seres humanos. A estrela  de Belém dá sentido ao peregrinar nosso de cada dia, ilumina e interpreta sinais, faz chegar  ao amor de Deus, que agora tem um rosto e um nome, que se chama Jesus.



Dom Nelson Westrupp, scj

Bispo Diocesano

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Presença de Cristo Vivo

§1373 "Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós" (Rm 8,34), está presente de múltiplas maneiras em sua Igreja): em sua Palavra, na oração de sua Igreja, "lá onde dois ou três estão reunidos em meu nome" (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos, em seus sacramentos, dos quais ele é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas "sobretudo (está presente) sob as espécies eucarísticas".
§1374 O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que da seja "como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos". No santíssimo sacramento da Eucaristia estão "contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo" . "Esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se toma presente completo."
§1375 É pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal sacramento. Os Padres da Igreja afirmaram com firmeza a fé da Igreja na eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para operar esta conversão. Assim, São João Crisóstomo declara:
Não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tomem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia essas palavras, mas sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz ele. Estas palavras transformam as coisas oferecidas.
E Santo Ambrósio afirma acerca desta conversão:
Estejamos bem persuadidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela bênção a própria natureza mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do nada o que não existia, não poderia mudar as coisas existentes naquilo que ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua natureza primeira do que mudar a natureza delas.

Fonte catecismo da igreja catolica apostolica romana.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O Divino Menino - Milagres Eucarísticos



Entre os muitos prodígios que obrou o Senhor para dar testemunho contra os infiéis da presença real e verdadeira de Cristo Nosso Senhor no sacramento da Eucaristia, é célebre a admirável aparição do divino Menino sacramentado, verificada na catedral de Zaragoza no ano de 1427, sendo arcebispo daquela igreja D. Alonso Arhuello. Eis aqui o relato que nos deixou escrito o doutíssimo Domer, arcipreste daquela sé metropolitana. Diz assim:


Consultou nesta cidade uma mulher casada a um ímpio curandeiro, que remédio poderia dar para que seu marido, que era de condição muito áspera e desabrida, não a tratasse com tanta dureza. Respondeu-lhe o infame mouro que conseguiria mudar o temperamento do marido e ser amada por ele; mas para fazer o remédio seria preciso obter uma Hóstia consagrada.

Prometeu-lhe a supersticiosa e malvada mulher que ela mesma a traria e a poria em suas mãos, e para isso foi confessar e comungar na capela paroquial de São Miguel, que há na referida catedral. Depois de ter recebido a sagrada Comunhão, tirou com diabólica astúcia da boca a Hóstia consagrada, pondo-a num cofrezinho que estava para isso preparado e  foi logo à casa do mouro para lhe entregar. Mas, o que aconteceu?

Ao abrir a caixinha, viu com grande espanto que, em lugar da Hóstia santa, havia um pequenino e formoso Menino, que despendia de Si admiráveis resplendores. Atemorizada a mulher, à vista daquele portento, não sabia o que fazer; se devia divulgar o prodígio ou consumar sua sacrílega iniqüidade.

Disse-lhe então o mouro que tomasse o cofrezinho com o Menino, e queimasse tudo ocultamente em sua casa. Procedeu assim a atrevida mulher; mas logo observou que abrasado já e reduzido a cinzas o cofrezinho, ficava o Menino totalmente ileso, lançando de seu corpinho raios de luz maravilhosa.

Confusa e fora de si a mulher com essa nova maravilha, retomou à casa do criminoso conselheiro, para dizer-lhe o que tinha passado. Tremeu então o mouro, ouvindo as palavras da mulher, encheram-se os dois de confusão e espanto, temendo alguma terrível vingança do Céu se não se rendessem diante daquele prodígio e não fizessem penitência de seu pecado.

Determinaram, pois, irem ambos à Sé, ela para se confessar e ele para dar notícia do sucesso ao Vigário geral, como de fato fez, pedindo-lhe, ademais, com muitas lágrimas a graça do santo Batismo.

O senhor arcebispo D. Alonso, recebendo logo notícia do ocorrido, determinou que se averiguasse muito bem o caso e que fossem consultadas pessoas graves e doutas sobre como proceder; e todos os consultores, convencidos da veracidade daquele extraordinário prodígio, concordaram em que se devia restituir processionalmente o Menino Jesus sacramentado, desde a casa da mulher até o santo templo.

Ordenou-se, pois, naquele mesmo dia, que era sábado, uma procissão geral, a que assistiram os cônegos da igreja do Salvador e os da igreja do Pilar, o Clero secular e regular, os magistrados da cidade, a nobreza e o povo. Fechava a magnífica procissão o senhor arcebispo, que debaixo do pálio caminhava levando em suas mãos, com grande reverência, o divino Infante reclinado numa patena de ouro.

Todos os olhos cheios de lágrimas se punham no maravilhoso Menino, que na sua passagem arrebatava o coração de todos. Chegada, por fim, a procissão à Sé, foi depositado o santo Menino sobre o altar de São Valero, para satisfazer aos desejos da multidão ansiosa de vê-Lo e terminou-se esta solene trasladação com uma piedosa prédica que pronunciou o senhor arcebispo, muito comovido por tão grande maravilha. Deixou-Se exposto o Deus Menino sobre o altar todo o resto daquele dia e toda a noite, para que o católico povo de Zaragoza O olhasse e venerasse à vontade.

Na manhã do dia seguinte, que era domingo, celebrou o prelado naquele mesmo altar a Missa do Santíssimo Sacramento. Então aconteceu outro caso maravilhoso, e foi que ao chegar o arcebispo celebrante à cerimônia do Ofertório, desapareceu o admirável Menino da patena em que estava, deixando em seu lugar a sagrada Hóstia, que foi consumida pelo senhor arcebispo na Comunhão.

Cresceu desde aquele dia em todo o povo de Zaragoza a fé no sacrossanto Mistério de nossos altares. No arquivo do Cabido Metropolitano se conserva o relato do milagre, atestado por inúmeras testemunhas, e a arte com seus primores o perpetuou nas grandes telas que adornam a capela de San Dominguito deI Val”.

Pe. Fr. Roque Faci, Aragón, Reino de Cristo y dote de Maria Santíssima
Pe. Fr. Jaime Barón, Luz de Ia Fe y de Ia Ley, Iiv. 3, cap. 45

Fonte: Assoc. Apostolado do Sagrado Coração de Jesus