domingo, 29 de abril de 2012

Seguir a Cristo é penetrar no caminho do amor

Seguir a Cristo é penetrar no caminho do amor
Qual é a importância dos santos? Eles são nossos intercessores diante do trono de Deus. Mas também e, em primeiro lugar, eles são os grandes modelos para nossa vida. Querem ser nossos guias no caminho para Deus Pai. Agora, de onde os santos tiram a força para viver sua vida de maneira exemplar? Qual é o mistério de sua vida?
O mistério de sua vida chama-se Jesus Cristo. O mistério de sua vida é: seguir a Cristo por todos Seus caminhos. Desde que foram chamados pelo Senhor O seguiram generosa e fielmente, cumprindo sua missão. Muitos, inclusive, foram a países distantes e desconhecidos para anunciar a mensagem de seu Mestre.
Seguir a Cristo é e deve ser o mistério de vida de cada cristão, também de cada um de nós. Porque toda a predicação de Jesus é um convite para segui-Lo, e está dirigida – como sabemos – a cada ser humano. Também nós, em nosso batismo, fomos chamados, pela primeira vez, a imitar Cristo. E desde então, Deus repetiu e renovou esse convite muitas vezes e de muitas maneiras. Também hoje em dia Deus volta a nos chamar de diversas maneiras.
Podemos distinguir duas classes de cristãos: os seguidores e os admiradores de Cristo. O admirador não compromete sua pessoa: admira, olha de fora e não se esforça em ser como o que admira. O seguidor, ao contrário, é ou procura ser o que admira.
Jesus mesmo insiste sempre em que é necessário segui-Lo. Jamais diz que busca admiradores. Deixa bem claro que os Seus devem segui-Lo em sua vida e não só aceitar a doutrina d’Ele. Porque uma fé que não se traduz em vida, não vale nada nem consegue nos proteger da perdição eterna.
Como podemos seguir Jesus? A condição fundamental para a imitação do Senhor é o encontro pessoal com Ele. Para poder e querer segui-Lo temos de conhecê-Lo, olhando Sua vida e escutando Seus ensinamentos. Se não O conhecemos, se não sabemos nada de Sua generosidade, nem de Sua entrega desinteressada, nem de Seu amor desbordante para conosco, nunca vamos ter vontade de segui-Lo verdadeiramente.
Não temos a sorte dos apóstolos de ter nascido em tempos de Jesus. Entretanto existem muitos caminhos, muitos lugares de encontro com Cristo se O buscamos sinceramente. Ali está, por exemplo, na Eucaristia que celebramos juntos. No Evangelho, Jesus fala pessoalmente a cada um de nós. E na comunhão, Ele mesmo nos convida a comer Seu Corpo e tomar Seu Sangue, entrando assim na mais profunda comunhão com Ele.
Seguir Cristo é penetrar no caminho do amor. Mas quem começa a amar, começa a sofrer. E Jesus nunca ocultou que O seguir é duro. Não oferece segurança, mas sim risco. Não nos oferece caminhos de triunfo, mas sim o “fracasso” da cruz, porque quem O segue, aceita também a sorte de Seu Mestre: o sofrimento e a cruz.
Na vida de nossos santos tampouco faltou dor e sofrimento. Aceitaram-nos por amor a Cristo. E seguiram a seu Mestre até a última entrega: coroaram sua vida pelo martírio.
Seguir Cristo inclui sofrimento e cruz, mas também nos enche de uma alegria profunda e uma paz permanente. E no fim do caminho nos espera, em comunhão com todos os santos, a felicidade de Cristo para sempre.

Padre Nicolás Schwizer
Movimento apostólico Shoenstatt

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Há um milagre acontecendo agora!



Nos tempos de Jesus Cristo, vários de Seus feitos delimitaram o nosso entendimento conceitual de milagre: ressuscitar mortos, devolver a vista a cegos (de nascença também!), brindar mobilidade a aleijados , restituir a fala a mudos e audição a surdos, além de caminhar sobre a água, acalmar as intempéries da natureza e voltar à vida depois de 3 dias no sepulcro, entre outros. O Evangelho traz o episódio em que Jesus fica ‘chateado’ com uma população que não se converteu mesmo apesar dos sinais milagrosos realizados no meio deles.
É certo que o Senhor não fez ‘todos’ os milagres num mesmo lugar, mas os que Ele fez seriam suficientes para ‘mudar o coração’ daquela gente. Como isso não aconteceu, Jesus diz que eles terão um triste fim: “Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas teriam arrependido sob o cilício e a cinza. (…) Se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (Cf. Mt. 11, 21.23s).
Talvez você nunca tenha sido alvo de algum milagre extraordinário ainda. Ou quem sabe nem tenha tido a oportunidade de presenciar algum. Sabemos que Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Heb 13,8). Ele continua operando milagres e não é pecado esperar ou pedir algum para si. Mas o fato é que muitos milagres acontecem ainda hoje, alguns estão acontecendo exatamente agora enquanto você lê este texto.
Gostaria de perguntar se você já parou para pensar nos milagres cotidianos que experimentamos. Um pouco de conhecimento e você perceberá que estamos rodeados de milagres extraordinários que talvez passem despercebidos. Para nós católicos é extraordinário pensar que um simples homem pecador, investido da força da Graça sobrenatural do Sacerdócio, pronuncie as palavras que Jesus pronunciou e um pedaço de pão e um pouco de vinho se transformem no Corpo e Sangue do próprio Cristo…
Mas se para você é complicado pensar nisso, analise, por exemplo, o fato dos milagres do macrocosmo: nosso planeta está tão bem posicionado em sua distância com relação ao sol que se estivesse noutra posição ou torraríamos de calor ou congelaríamos pelo frio. A situação não para se formos para o microcosmo: a água que temos aqui é tão bem ‘feita’ que se as medidas moleculares de Hidrogênio e Oxigênio são perfeitas para nossa sobrevivência! Uma molécula a mais ou a menos bastaria para que perdêssemos uma condição essencial para a sobrevivência. A quantidade de sangue que circula em nossas veias é exata para que nosso corpo consiga sobreviver. Mexa nesse equilíbrio e a vida se extinguiria num piscar de olhos.
Olhe ao seu redor e reconheça outros tantos milagres: num planeta com mais de 6 bilhões de habitantes, as pessoas que estão ao seu redor são únicas e irrepetíveis. Se você convive com gente desagradável, sinto muito. Mas se você tem pessoas queridas e dignas de todo amor ao seu lado, se você conheceu ou conhece pessoas às quais tem o privilégio de chamar ‘amigas’, isso tudo é um milagre. Ninguém poderia substituir o lugar dessas pessoas. É um milagre que, entre bilhões de pessoas no mundo, você tenha se encontrado com essa aí que está ao seu lado: seu marido, sua esposa, seu filho. Sim, se fosse outra pessoa, provavelmente você a amaria também, mas, com certeza, não do jeito que ama essa aí! O sol, que nasceu nesta manhã, poderia não ter nascido. A lua que ilumina esta noite poderia não ter brilho. Pare para pensar! Você está rodeado de milagres e tem algum acontecendo agora perto de você! Quem fez tudo isso? O poder público? Os avanços científicos? Algum patrocinador milionário? A sorte?
Deus está mais perto do que você pode imaginar. E quando o Altíssimo se aproxima, milagres acontecem. Hoje o Senhor o ajuda a ‘enxergar’ coisas que sempre estiveram ao seu redor, mas que talvez você não tenha conseguido detectá-las. Sinta-se envolvido por milagres. Deixe-se convencer pelo poder de Deus Pai. Considere-se uma pessoa feliz por ter a experiência da soberana potência do Senhor. Tome decisões a partir dessa certeza. Assuma novos comportamentos guiado por essa maravilha. Cabe a você escolher de que lado quer estar: entre aqueles que se rendem ao Senhorio de Jesus ou entre aqueles que, mesmo depois de tantos milagres, ainda resistem e se revoltam (cf. Mt. 11, 21-23s). Reflita um pouco sobre isso!
Os tempos atuais trazem uma verdade avassaladora: apesar de todo avanço tecnocientífico, nossa geração pós-moderna ainda crê, precisa e espera por milagres. Quando um médico diz que já fez todo o possível por um paciente terminal e que agora é preciso ‘algo acontecer’, significa que está esperando o que chamamos de ‘milagre’. Um milagre é uma intervenção fora do comum, que muda uma situação negativa ou algo maravilhoso, prodigioso. Para muita gente, hoje em dia, não importa muito ‘quem’ faz o milagre. O importante é ser sortudo o bastante para ser alcançado por essa graça extraordinária. Essa é uma visão ‘comercial’ do sobrenatural. Há pessoas que falsificam milagres e/ou os atribuem a si mesmas, a poderes ocultos ou até mesmo a alguém a quem eles chamam de Jesus.

http://www.coracaofiel.com.br/

Padre Delton Filho

domingo, 22 de abril de 2012

A EUCARISTIA.


Catecismo Maior de São Pio X


1. DA NATUREZA DA SANTÍSSIMA EUCARISTIA E DA PRESENÇA REAL DE JESUS CRISTO NESTE SACRAMENTO

A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso Sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento espiritual.

Na Eucaristia está verdadeiramente o mesmo Jesus Cristo que está no Céu e que nasceu, na terra, da Santíssima Virgem Maria.

Eu acredito que no Sacramento da Eucaristia está verdadeiramente presente Jesus Cristo porque Ele mesmo o disse, e assim no-lo ensina a Santa Igreja.

A matéria do Sacramento da Eucaristia é a que foi empregada por Jesus Cristo, a saber: o pão de trigo e o vinho de uva.

A forma do Sacramento da Eucaristia são as palavras usadas por Jesus Cristo: ‘Isto é o meu Corpo; este é o meu Sangue.

A hóstia antes da consagração é pão de trigo. Depois da consagração, a hóstia é o verdadeiro Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, debaixo das espécies de pão.

No cálice antes da consagração está vinho com algumas gotas de água. Depois da consagração, há no cálice o verdadeiro Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, debaixo das espécies de vinho.

A conversão do pão no Corpo e do vinho no Sangue de Jesus Cristo faz-se precisamente no ato em que o sacerdote, na Santa Missa, pronuncia as palavras da consagração.

A consagração é a renovação, por meio do sacerdote, do milagre operado por Jesus Cristo na última Ceia, quando mudou o pão e o vinho no seu Corpo e no seu Sangue adorável, por estas palavras: ‘Isto é o meu Corpo; este é o meu Sangue’.

Esta miraculosa conversão, que todos os dias se opera sobre os nossos altares, é chamada pela Igreja de transubstanciação.

Foi o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, Deus onipotente, que deu tanta virtude às palavras da consagração.

Depois da consagração ficam só as espécies do pão e do vinho. Dizem-se espécies a quantidade e as qualidades sensíveis do pão e do vinho, como a figura, a cor e o sabor. As espécies do pão e do vinho ficam maravilhosamente sem a sua substância por virtude de Deus Onipotente.

Tanto debaixo das espécies de pão, como debaixo das espécies de vinho, está Jesus Cristo vivo e todo inteiro com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Tanto na hóstia como no cálice está Jesus Cristo todo inteiro, porque Ele está na Eucaristia vivo e imortal como no Céu; por isso onde está o seu Corpo, está também o seu Sangue, sua Alma e sua Divindade; e onde está seu Sangue está também seu Corpo, sua Alma e Divindade, pois tudo isto é inseparável em Jesus Cristo.

Quando Jesus está na hóstia, não deixa de estar no Céu, mas encontra-se ao mesmo tempo no Céu e no Santíssimo Sacramento.

Jesus Cristo está em todas as hóstias consagradas por efeito da onipotência de Deus, a quem nada é impossível. Quando se parte a hóstia, não se parte o Corpo de Jesus Cristo, mas partem-se somente as espécies do pão. O Corpo de Jesus Cristo fica inteiro em todas e em cada uma das partes em que a hóstia foi dividida. Tanto numa hóstia grande como na partícula de uma hóstia, está sempre o mesmo Jesus Cristo.

Conserva-se nas igrejas a Santíssima Eucaristia para que seja adorada pelos fiéis, e levada aos enfermos, quando necessário.

A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque Ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

EUCARISTIA: EIS UM MISTÉRIO DE FÉ



A presença real de Jesus Cristo vivo, ressuscitado, glorioso, sob as espécies de Pão e de Vinho consagrados, bem como suas declarações incríveis feitas quando anunciou que “Ele é o Pão vivo”... “Que sua carne e seu sangue são comida e bebida”... “Que quem não come de sua carne não tem vida em si”... “E quem a come tem a vida eterna e a ressurreição”,... essas afirmações são um tremendo desafio à nossa fé. Sem o “dom da fé”, isso é inacreditável!... É uma loucura!... E muitos caminham pela ‘loucura’ do ‘não crer’!
Aliás, quando Jesus anunciou essa realidade, muitos discípulos disseram: “Isto é demais!... Quem pode admitir coisa semelhante”?... E muitos o abandonaram. No entanto, Jesus havia falado a plena verdade. A decisão estava tomada. Jesus bem sabia que a Eucaristia seria o maior dom à sua Igreja! Sabia o bem que faria à Igreja toda, de todos os tempos!

O que é crer na Eucaristia? O que é ter fé na presença real de Jesus?

Crer, ter fé, é ter absoluta certeza de que Jesus falou a verdade, não mentiu, não nos enganou, não brincou conosco e com a humanidade, quando disse: “Eu sou o Pão vivo”... “Minha carne e meu sangue são comida e bebida”. Crer é olhar com os olhos do coração para Jesus, e sabendo que Ele sempre falou a verdade, declarar: Eu creio em ti, Senhor”! Creio de todo coração e com alegria, pois sei que disseste toda a verdade!.. Que não estás nos enganando e nem trapaceando!...
O grande teólogo santo Tomás de Aquino escreveu: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo, neste Sacramento, “não se pode descobrir só pelos sentidos, mas sim pela fé, baseada na ‘autoridade de Deus’”. Santo Tomás nos dá uma “chave” muito importante para compreender o que é ter fé. A fé fundamenta-se “na autoridade” daquele que fala, Jesus, que é Deus!... Seguindo esse raciocínio, afirmamos que cremos, que temos fé na Eucaristia, não porque podemos provar em laboratório... ou porque podemos constatar com nossos olhos ou dedos. Mas cremos, depositamos nossa fé, porque foi Ele, Jesus, quem o afirmou! Nós poderíamos nos enganar. Mas Jesus não pode enganar-se e nem nos enganar, pois Ele é Deus! Um Deus não pode ser falso e enganar os que nele crêem. Por isso são Cirilo acrescenta: “Não ponhas em dúvida se é ou não é verdade! Aceita com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a Verdade, não mente”! Eis a verdadeira fé: “pôr a nossa certeza e segurança em Jesus, firmá-la sobre o coração de Jesus ressuscitado”!...
A teologia dessa verdade
Foi no Concílio Ecumênico de Trento que a verdade sobre a “presença real” de Jesus na Eucaristia foi definida como dogma de fé. Diz o Concílio: “No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente, o Corpo e o Sangue, juntamente com a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo”. Esta presença se chama “real”, porque é substancial, e porque por ela, Jesus Cristo, Deus e homem, se torna presente completo. (Mist. Fidei-39)
Um bispo, teólogo de renome, disse: “Um dia, o Filho de Deus veio a nós ‘disfarçado numa criança’. Quem olhasse para ela, via simplesmente uma criança igual a todas as demais. Mas oculto, ‘disfarçado’ sob as aparências da criança, estava o Filho de Deus, o Salvador da humanidade. Em outra oportunidade, o mesmo Filho de Deus que se havia disfarçado numa criança, ‘disfarçou-se num pedaço de Pão’. Aparentemente, parece ser um pedaço de pão comum. Mas ali está realmente presente Jesus ressuscitado”. Basta ir além das aparências com os olhos da fé e encontramos Jesus vivo, ressuscitado, nosso salvador.
Crer é ter absoluta certeza de que a Eucaristia não é uma coisa!... É uma pessoa: a Pessoa de Jesus Cristo vivo, oculto, “disfarçado” num pedaço de pão. Crer é ter absoluta certeza de que a Hóstia consagrada não é uma coisa!... Mas é a Pessoa de Jesus ressuscitado, “disfarçado” daquela forma. Crer é ter absoluta certeza de que no sacrário não temos guardada uma ‘ coisa preciosa’ , mas que ali está realmente presente Jesus ressuscitado, nosso salvador e mestre.
Crer na presença real de Jesus na Hóstia consagrada é uma graça maravilhosa! Crer, ter fé, eis o segredo de encontrar o tesouro divino da Eucaristia. Crer, ter fé, eis o segredo maravilhoso de poder encontrar-se pessoalmente com Jesus ressuscitado, presente no Pão consagrado. Crer é ter os olhos do coração abertos para ver Jesus ressuscitado, glorioso, amante e amável, além das aparências do Pão consagrado.


O que é crer na Eucaristia? O que é ter fé na presença real de Jesus?

Crer, ter fé, é ter absoluta certeza de que Jesus falou a verdade, não mentiu, não nos enganou, não brincou conosco e com a humanidade, quando disse: “Eu sou o Pão vivo”... “Minha carne e meu sangue são comida e bebida”. Crer é olhar com os olhos do coração para Jesus, e sabendo que Ele sempre falou a verdade, declarar: Eu creio em ti, Senhor”! Creio de todo coração e com alegria, pois sei que disseste toda a verdade!.. Que não estás nos enganando e nem trapaceando!...
O grande teólogo santo Tomás de Aquino escreveu: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo, neste Sacramento, “não se pode descobrir só pelos sentidos, mas sim pela fé, baseada na ‘autoridade de Deus’”. Santo Tomás nos dá uma “chave” muito importante para compreender o que é ter fé. A fé fundamenta-se “na autoridade” daquele que fala, Jesus, que é Deus!... Seguindo esse raciocínio, afirmamos que cremos, que temos fé na Eucaristia, não porque podemos provar em laboratório... ou porque podemos constatar com nossos olhos ou dedos. Mas cremos, depositamos nossa fé, porque foi Ele, Jesus, quem o afirmou! Nós poderíamos nos enganar. Mas Jesus não pode enganar-se e nem nos enganar, pois Ele é Deus! Um Deus não pode ser falso e enganar os que nele crêem. Por isso são Cirilo acrescenta: “Não ponhas em dúvida se é ou não é verdade! Aceita com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a Verdade, não mente”! Eis a verdadeira fé: “pôr a nossa certeza e segurança em Jesus, firmá-la sobre o coração de Jesus ressuscitado”!...
A teologia dessa verdade
Foi no Concílio Ecumênico de Trento que a verdade sobre a “presença real” de Jesus na Eucaristia foi definida como dogma de fé. Diz o Concílio: “No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente, o Corpo e o Sangue, juntamente com a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo”. Esta presença se chama “real”, porque é substancial, e porque por ela, Jesus Cristo, Deus e homem, se torna presente completo. (Mist. Fidei-39)
Um bispo, teólogo de renome, disse: “Um dia, o Filho de Deus veio a nós ‘disfarçado numa criança’. Quem olhasse para ela, via simplesmente uma criança igual a todas as demais. Mas oculto, ‘disfarçado’ sob as aparências da criança, estava o Filho de Deus, o Salvador da humanidade. Em outra oportunidade, o mesmo Filho de Deus que se havia disfarçado numa criança, ‘disfarçou-se num pedaço de Pão’. Aparentemente, parece ser um pedaço de pão comum. Mas ali está realmente presente Jesus ressuscitado”. Basta ir além das aparências com os olhos da fé e encontramos Jesus vivo, ressuscitado, nosso salvador.
Crer é ter absoluta certeza de que a Eucaristia não é uma coisa!... É uma pessoa: a Pessoa de Jesus Cristo vivo, oculto, “disfarçado” num pedaço de pão. Crer é ter absoluta certeza de que a Hóstia consagrada não é uma coisa!... Mas é a Pessoa de Jesus ressuscitado, “disfarçado” daquela forma. Crer é ter absoluta certeza de que no sacrário não temos guardada uma ‘ coisa preciosa’ , mas que ali está realmente presente Jesus ressuscitado, nosso salvador e mestre.
Crer na presença real de Jesus na Hóstia consagrada é uma graça maravilhosa! Crer, ter fé, eis o segredo de encontrar o tesouro divino da Eucaristia. Crer, ter fé, eis o segredo maravilhoso de poder encontrar-se pessoalmente com Jesus ressuscitado, presente no Pão consagrado. Crer é ter os olhos do coração abertos para ver Jesus ressuscitado, glorioso, amante e amável, além das aparências do Pão consagrado.

Pe. Alirio scj
A presença real de Jesus Cristo vivo, ressuscitado, glorioso, sob as espécies de Pão e de Vinho consagrados, bem como suas declarações incríveis feitas quando anunciou que “Ele é o Pão vivo”... “Que sua carne e seu sangue são comida e bebida”... “Que quem não come de sua carne não tem vida em si”... “E quem a come tem a vida eterna e a ressurreição”,... essas afirmações são um tremendo desafio à nossa fé. Sem o “dom da fé”, isso é inacreditável!... É uma loucura!... E muitos caminham pela ‘loucura’ do ‘não crer’!
Aliás, quando Jesus anunciou essa realidade, muitos discípulos disseram: “Isto é demais!... Quem pode admitir coisa semelhante”?... E muitos o abandonaram. No entanto, Jesus havia falado a plena verdade. A decisão estava tomada. Jesus bem sabia que a Eucaristia seria o maior dom à sua Igreja! Sabia o bem que faria à Igreja toda, de todos os tempos!

DICIPULATO EUCARISTIA DOC APARECIDA

157. Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação
do Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de
Deus e a chamar Deus “Abba”. Todos os batizados e batizadas
da América Latina e do Caribe, “através do sacerdócio comum
do Povo de Deus”,67 somos chamados a viver e a transmitir a
comunhão com a Trindade, pois “a evangelização é um chamado
à participação da comunhão trinitária”.68
158. Igual às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos
reunimos assiduamente para “escutar o ensinamento dos apóstolos,
viver unidos e tomar parte no partir do pão e nas orações”
(At 2,42). A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra
de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação
de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de
Salvação, nos faz membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17).
Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã,69 sua expressão

mais perfeita e o alimento da vida em comunhão. Na Eucaristia,
nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de
sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em Cristo. A Igreja
que a celebra é “casa e escola de comunhão”70, onde os discípulos
compartilham a mesma fé, esperança e amor a serviço da missão
evangelizadora.
159. A Igreja, como “comunidade de amor”71 é chamada
a refletir a glória do amor de Deus, que é comunhão, e assim
atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade
desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se
sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. “Que
também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia” (Jo
17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas “por ‘atração’:
como Cristo ‘atrai tudo para si’ com a força do seu amor”.72 A
Igreja “atrai” quando vive em comunhão, pois os discípulos de
Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele
nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34).
160. A Igreja peregrina vive antecipadamente a beleza do
amor que se realizará no final dos tempos na perfeita comunhão
com Deus e com os homens.73 Sua riqueza consiste em viver, já
neste tempo, a “comunhão dos santos”, ou seja, a comunhão nos
bens divinos entre todos os membros da Igreja, em particular
entre os que peregrinam e os que já gozam da glória.74 Constatamos
que em nossa Igreja existem numerosos católicos que
expressam sua fé e sua pertença de forma esporádica, especialmente
através da piedade a Jesus Cristo, à Virgem e sua devoção
aos santos. Convidamos esses a aprofundarem sua fé e participarem
mais plenamente na vida da Igreja recordando-lhes que,

“em virtude do batismo, são chamados a ser discípulos e missionários
de Jesus Cristo”.75
161. A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência e o
sinal através do qual é chamada a ser reconhecida como seguidora
de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento é
o que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e
irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos à mesma
Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1Cor
13; Cl 3,12-14).
162. A diversidade de carismas, ministérios e serviços, abre
o horizonte para o exercício cotidiano da comunhão através da
qual os dons do Espírito são colocados à disposição dos demais
para que circule a caridade (cf. 1Cor 12,4-12). De fato, cada batizado
é portador de dons que deve desenvolver em unidade e
complementaridade com os dons dos outros, a fim de formar
o único Corpo de Cristo, entregue para a vida do mundo. O reconhecimento
prático da unidade orgânica e da diversidade de
funções assegurará maior vitalidade missionária e será sinal e
instrumento de reconciliação e paz para nossos povos. Cada comunidade
é chamada a descobrir e integrar os talentos escondidos
e silenciosos que o Espírito presenteia aos fiéis.
163. No povo de Deus, “a comunhão e a missão estão profundamente
unidas entre si... A comunhão é missionária e a
missão é para a comunhão”.76 Nas Igrejas particulares, todos os
membros do povo de Deus, segundo suas vocações específicas,
somos convocados à santidade na comunhão e na missão.

sábado, 14 de abril de 2012

EIS O MISTERIO DA FÉ

Essas palavras que o sacerdote pronuncia logo após a consagração do pão e do vinho, resumem toda a essência da santa Missa. Ela é a celebração do mistério da fé, o ápice de toda devoção cristã.
Quem não entendeu o sentido profundo da Missa ainda não compreendeu o sentido profundo do cristianismo e da salvação que Jesus veio trazer aos homens.
A maioria dos batizados não gosta de participar da Missa
Para uns ela é apenas uma longa cerimônia; para outros, um hábito sociológico, "um peso necessário", uma obrigação de consciência ou apenas um exercício de piedade. Uns não gostam da Missa porque não gostam do padre que a celebra; outros, porque não gostam do sermão, ou porque a música não está boa, etc. E, assim, ficam apenas no acessório e se esquecem do Essencial.
A Missa é a celebração máxima da fé, porque nela o "mesmo" Sacrifício de Cristo no Calvário se faz presente, se "atualiza", para que cada um de nós, pessoalmente, e em comunidade, possa em adoração, oferecer o Cristo ao Pai, pela salvação da humanidade.
A Liturgia reza que quando celebramos a Paixão do Senhor sobre o altar, "torna-se presente a nossa redenção".
Deus, que na Sua misericórdia tinha muitas maneiras de restaurar a humanidade,  escolheu esse meio de salvação para destruir a obra do demônio; não recorreu a Seu poder, mas à Sua justiça. Era justo que o demônio só perdesse seu domínio original sobre a humanidade sendo vencido no mesmo terreno onde venceu o homem. Cristo o venceu como homem, com a sua morte e ressurreição; destruindo a morte e a dominação do demônio sobre a humanidade
É isto que celebramos na Missa; a Vítima Santa se torna presente sobre o altar, agora de maneira incruenta, para salvar, hoje, a humanidade.
Cristo mais uma vez oferece ao Pai o seu Sacrifício perfeito.  E a redenção é aplicada a cada um de nós que comunga o Corpo imolado e ressuscitado de Jesus.
Carregando em Si todos os pecados dos homens, de todos os tempos e de todos os lugares, Jesus ofereceu ao Pai um Sacrifício perfeito. O Pai aceitou essa oblação do Filho amado e, pela ressurreição, garantiu o Seu perdão à humanidade pecadora.
Por Jesus ressuscitado, a humanidade volta a Deus e caminha para a sua ressurreição.
Jesus ressuscitado é a garantia do triunfo dos que n'Ele crêem.
 Por Ele todas as criaturas voltam redimidas para Deus, na Sua oblação que se faz perpétua através da santa Missa.
No santo Sacrifício, o Calvário (o mesmo) se faz novamente presente. As ações de Jesus não se perdem no tempo, porque Ele é Deus, são teândricas; isto é, humanas e divinas.
O pão e o vinho oferecidos representam todo o universo e toda a humanidade que Cristo oferece ao Pai com todas as suas chagas, trabalhos e dores. Ali depositamos também a nossa vida e o nosso ser oferecendo-os também a Deus para fazer a Sua vontade.
Na consagração do pão e do vinho, Jesus - pelos lábios do sacerdote (qualquer que seja ele) - transforma a matéria no Seu Corpo e Sangue.
Pela celebração da santa Missa, o mundo volta reconciliado para Deus e somos salvos. Ali, cada batizado, cada membro da Igreja, oferece a Deus Pai o Sacrifício perfeito de Seu Filho Jesus. Por isso, não há oferta mais agradável a Deus; não há oração mais completa em mais eficaz.
A Missa é o centro da fé, é o cerne do Cristianismo, é o coração da Igreja, é o centro do universo.
Nela o Senhor nos dá a comungar o Seu Corpo e Sangue. Ele vem morar em nós para ser nosso Alimento e Remédio.
Ele vem a nós para ser o alimento da caminhada, a força contra o pecado, e para transformar nossa vida de homem em vida de filho de Deus.
Pela Eucaristia, Cristo vem para em nós viver e amar os outros e para fazer de nós Seus discípulos e transformadores do mundo pela Sua presença e graça. Quando comungamos, nós nos tornamos, de fato, membros do Corpo de Cristo, unidos a todos os irmãos do céu e da terra. E' a redenção do mundo! Nunca compreenderemos totalmente a magnitude da santa Missa...
Ela é a fonte de onde nos vem a salvação. Por ela, a cada dia, Cristo salva a humanidade.
Quando entendermos bem o significado da missa, a conseqüência imediata será o desejo de participar dela todos os dias...
Prof Felipe Aquino

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Eucaristia, centralidade da vida cristã.

São Tomas de Aquino nos diz:
Tão sublime Sacramento, adoremos neste altar,
Sinal de adoração, Jesus fonte de amor inacabável, inesgotável onde todos os dias somos convidados a participar do Banquete do senhor,adoremos o Senhor que se fez sacramento, que se coloca sobre o altar se oferecendo em alimento, para nosso corpo nossa alma, Jesus sacramentado o sublime sacramento, tão sublime que não conseguimos entender, porem conseguimos sentir neste adoravel sacramento a presença de Cristo , por isso irmãos irmãs adoremos Jesus Cristo sacramento vivo , presente no altar.

Pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar.
Jesus veio confirmar o que os Profetas já diziam antes da sua chegada, Ele se fez alimento, pão que do céu, desceu para estar conosco, para viver conosco Esse pão que nem os Anjos podem consumir. É a confirmação do amor da misericórdia de Deus para conosco, pois Deus amou tanto o homem que enviou seu Filho unigenito para que todos que nele crer sejam salvos, tenham vida e a vivam plenamente.

Venha a Fé, por suplemento os sentidos completar.
Porque dizemos ‘Venha a Fé, por suplemento os sentidos completar’? Porque para os nossos olhos o Pão sempre será Pão e o Vinho sempre vinho, os nossos sentidos, olfato, paladar e tato sempre sentirão a presença do Pão e Vinho, mas o sentido interior, o nosso coração ,  compreende que já não é Pão e nem Vinho, mas Corpo e Sangue de Jesus dado a nós na Eucaristia, quando Jesus Cristo instituiu o Sagrado Sacramento da Eucaristia Ele nos afirmou “ISTO E O MEU CORPO COMEI”, “ISTO E O MEU SANGUE BEBEI “, nossa fé nos leva a sentir a presença de Cristo na sagrada Eucaristia, a Fé vem suplementar nossos sentidos, por isso nosso coração responde “TODAS AS VEZES QUE COMEMOS DESTE PÃO E BEBEMOS DESTE CALICE ANUNCIAMOS SENHOR A VOSSA MORTE E, PROCLAMAMOS A VOSSA RESSUREIÇÃO, VINDE SENHOR JESUS “, vinde participar da minha vida, vinde morar no meu coração, vinde morar na minha casa, venha morar com a minha familia, participa Senhor do meu trabalho, deixe-me Senhor estar sempre a seu lado, que eu jamais me afaste de Ti o Pai.

Ao eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador.
Podemos não ver, podemos não sentir, mas compreendemos o valor eucarístico de Jesus. Dando a Deus graças porque recebemos Jesus por inteiro para nos purificar e salvar as nossas almas, Jesus se da a nos por inteiro, nos tambem devemos nos entregar por inteiro a quem nos ama e, prometeu estar conosco todos os dias da nossa vida, ate que enfim nos encontremos na gloria de Deus Pai amem.

Ao Espírito exaltemos na Trindade, Eterno Amor.
Na Eucaristia é presença de  Jesus, Deus e também do Espirito Santo, sabemos que ninguém pode separar a trindade. Até mesmo na sagrada Eucaristia eles se fazem presentes na unidade, ´por isso devemos permanecer na unidade Eucaristica, Jesus nos fala “TODO AQUELE QUE COME DESTE PÃO, PERMANECE EM MIM E EU NELE”, portanto irmãos formamos um so corpo com Cristo senhor nosso.

Ao Deus Uno, e Trino demos a alegria do louvor.
Louvamos e bendizemos porque somos convidados a viver o imenso amor.
Amém, Amém, isto mesmo amem, amem
Confirmação do Mistério que jamais compreenderemos.

Claudio Tadeu Parpinelli
http://fenaeucaristia.blogspot.com.br/


terça-feira, 10 de abril de 2012

A EUCARISTIA

A liberdade para amar alimenta-se na Eucaristia, reunião festiva da fraternidade. Tem nela também o principal ponto de passagem entre o "lugar" dos homens e o "não-lugar" de Deus.
Não há verdadeira celebração eucarística sem uma verdadeira fraternidade. E a fraternidade não cresce sem a celebração eucarística. A Eucaristia não se esgota na Missa: tem que ser vivida o dia inteiro no relacionamento fraterno.
A Eucaristia é algo sem valor para os "sistemas" do nosso "mundo", que olha tudo a partir da produção e do econômico. Mas, para nós, é ela que forma o Povo, porque começa formando a família.
Para criar o mundo novo, Deus mesmo se fez comida e se pôs à disposição dos pequenos, clamando: Vocês tratem de me comer, de me assimilar, para que o "mundo" dos homens seja mudado na fraternidade dos filhos de Deus.
Os irmãos e irmãs que estão se libertando cada dia para amar, aplicam a Vida que comeram na Eucaristia à salvação do Povo. Transformam o mundo a partir da ceia do ágape, em que todos devem unir-se, sem excluir ninguém da mesa.
São Francisco e o Jesus da Eucaristia
"Homenzinho simples e iletrado", como ele mesmo se chamava, São Francisco deixou escritos que nos impressionam e Deus fala em tudo que existe. Fala até nas plantas, nos animais, em nós mesmos e no que acontece em nossa vida. Mas para Francisco era evidente que, quanto mais a Palavra chegava perto do Jesus Pessoa revelado no Evangelho, mais era Palavra. Por isso, tinha uma veneração especial pela palavra revelada na Bíblia.
Entretanto, Francisco ainda venerava mais as Palavras usadas na liturgia e de maneira muito especial as que fazem os sacramentos. A essas chamava de "santíssimas palavras" do Senhor Jesus Cristo.
Na Eucaristia: devolvemos os dons
Se Jesus Cristo é a manifestação de Deus Trindade feito pobre, que vem ao nosso encontro, é em Jesus Cristo que damos a resposta de amor ao Deus Trindade. E só conseguimos responder ao Pai, em Jesus Cristo, porque mora em nosso coração o Espírito Santo, que é o Amor de Deus. De fato, a Eucaristia quer dizer "ação de graças". Mas em São Francisco essa ação de graças é muito original:
Em primeiro lugar, ela é "obediência", no sentido mais fundamental de "prestar ouvidos" (obaudire). Deus fala uma Palavra de Amor, a gente ouve e responde com outra palavra de Amor. Deus se dá inteiro, nós devemos dar tudo que pudermos de nós mesmos. Para Francisco, Jesus foi o maior exemplo de obediência ao Pai. E, com ele, nós obedecemos respondendo ao Amor.
Em segundo lugar, para Francisco obediência é devolução. Como só Deus é bom, Ele é todo o Bem, todo bem vem dele, nosso amor só pode ser uma devolução do Bem que dele recebemos. O fundamento de sua pobreza é sempre devolver a Deus tudo que não estamos precisando. Só que, na Eucaristia, a gente "devolve" até o que está usando.

Claudio Tadeu Parpinelli –fonte site A EUCARISTIA

domingo, 1 de abril de 2012

EUCARISTIA GRANDEZA MARAVILHOSA

“Ó grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência de pão. Vede, irmãos, que humildade a de Deus. Derramai ante Ele os vossos corações! Humilhai-vos para que Ele vos exalte! Portanto, nada de vós retenhais para vós mesmos, para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá!” (São Francisco de Assis, COrd 27-29)


 
A Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida da Igreja. Nutrida por tão nobre alimento, a Igreja toma vigor e força para dar continuidade à missão conferida por Cristo. Do mesmo modo, a partir da ação evangelizadora e missionária, a Igreja se reúne ao redor do altar para, com Cristo, em Cristo e por Cristo, render graças ao Pai.

A solenidade de Corpus Christi, pois, nascida sob o impulso do Espírito Santo, é a manifestação pública da fé em torno da presença de Jesus na Eucaristia. Não é possível, no entanto, compreender essa festa isoladamente. Na verdade, esta é eco do mistério pascal de Cristo celebrado, em especial, no Tríduo Pascal. Corpus Christi é desdobramento da noite de 5ª feira Santa, quando a Igreja celebra a entrega do Novo Mandamento e do próprio Cristo nas espécies do pão e vinho, como entrega profética dele na Cruz.

Neste sentido, celebrar Corpus Christi é muito mais do que reafirmar a fé na presença real de Cristo no pão e vinho consagrados, mas, a partir desta fé, comungar da vida de Cristo numa atitude de entrega aos outros, na caridade fraterna, como uma grande ação de graças ao Pai.
Cristo é verdadeiro alimento.
Cristo, como Palavra viva do Pai feita carne, confirma e revela plenamente o rosto de Deus-comunhão e misericordioso. Na verdade, em Cristo se plenifica o imenso amor de Deus pela humanidade. Em Jesus, pois, Deus não apenas acompanha o seu Povo, mas se faz um de seus membros a fim de reconduzi-los de uma vez por todas, mediante a Cruz reconciliadora, aos braços ternos e amorosos do Pai.

Nesta caminhada pascal rumo a Deus, Jesus não se contenta em dar alimento. Ele mesmo se faz alimento para a vida de seu Povo.

É somente este alimento, o próprio Cristo, que conduz à verdadeira vida e à realização plena do ser humano. “Fazei isto em memória de mim!”, neste sentido, é comer e beber em comunidade, fazendo memória do Senhor, mas sobretudo assimilando a vida de Cristo na própria vida. Em outras palavras, é receber o Corpo e Sangue de Cristo como força e exemplo de entrega agápica em prol do Reino de Deus.

“Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna.” De fato, a vida que Cristo comunica é eterna porque quista, amada e abençoada por Deus na humanidade de seu Filho. Cristo, pois, tal como no mistério da Encarnação, entrega seu Corpo-Sangue e sua vida numa atitude de imenso amor, obediência e humildade.
Claudio Tadeu Parpinelli