quarta-feira, 18 de abril de 2012

DICIPULATO EUCARISTIA DOC APARECIDA

157. Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação
do Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de
Deus e a chamar Deus “Abba”. Todos os batizados e batizadas
da América Latina e do Caribe, “através do sacerdócio comum
do Povo de Deus”,67 somos chamados a viver e a transmitir a
comunhão com a Trindade, pois “a evangelização é um chamado
à participação da comunhão trinitária”.68
158. Igual às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos
reunimos assiduamente para “escutar o ensinamento dos apóstolos,
viver unidos e tomar parte no partir do pão e nas orações”
(At 2,42). A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra
de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação
de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de
Salvação, nos faz membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17).
Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã,69 sua expressão

mais perfeita e o alimento da vida em comunhão. Na Eucaristia,
nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de
sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em Cristo. A Igreja
que a celebra é “casa e escola de comunhão”70, onde os discípulos
compartilham a mesma fé, esperança e amor a serviço da missão
evangelizadora.
159. A Igreja, como “comunidade de amor”71 é chamada
a refletir a glória do amor de Deus, que é comunhão, e assim
atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade
desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se
sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. “Que
também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia” (Jo
17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas “por ‘atração’:
como Cristo ‘atrai tudo para si’ com a força do seu amor”.72 A
Igreja “atrai” quando vive em comunhão, pois os discípulos de
Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele
nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34).
160. A Igreja peregrina vive antecipadamente a beleza do
amor que se realizará no final dos tempos na perfeita comunhão
com Deus e com os homens.73 Sua riqueza consiste em viver, já
neste tempo, a “comunhão dos santos”, ou seja, a comunhão nos
bens divinos entre todos os membros da Igreja, em particular
entre os que peregrinam e os que já gozam da glória.74 Constatamos
que em nossa Igreja existem numerosos católicos que
expressam sua fé e sua pertença de forma esporádica, especialmente
através da piedade a Jesus Cristo, à Virgem e sua devoção
aos santos. Convidamos esses a aprofundarem sua fé e participarem
mais plenamente na vida da Igreja recordando-lhes que,

“em virtude do batismo, são chamados a ser discípulos e missionários
de Jesus Cristo”.75
161. A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência e o
sinal através do qual é chamada a ser reconhecida como seguidora
de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento é
o que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e
irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos à mesma
Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1Cor
13; Cl 3,12-14).
162. A diversidade de carismas, ministérios e serviços, abre
o horizonte para o exercício cotidiano da comunhão através da
qual os dons do Espírito são colocados à disposição dos demais
para que circule a caridade (cf. 1Cor 12,4-12). De fato, cada batizado
é portador de dons que deve desenvolver em unidade e
complementaridade com os dons dos outros, a fim de formar
o único Corpo de Cristo, entregue para a vida do mundo. O reconhecimento
prático da unidade orgânica e da diversidade de
funções assegurará maior vitalidade missionária e será sinal e
instrumento de reconciliação e paz para nossos povos. Cada comunidade
é chamada a descobrir e integrar os talentos escondidos
e silenciosos que o Espírito presenteia aos fiéis.
163. No povo de Deus, “a comunhão e a missão estão profundamente
unidas entre si... A comunhão é missionária e a
missão é para a comunhão”.76 Nas Igrejas particulares, todos os
membros do povo de Deus, segundo suas vocações específicas,
somos convocados à santidade na comunhão e na missão.

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