domingo, 1 de abril de 2012

EUCARISTIA GRANDEZA MARAVILHOSA

“Ó grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência de pão. Vede, irmãos, que humildade a de Deus. Derramai ante Ele os vossos corações! Humilhai-vos para que Ele vos exalte! Portanto, nada de vós retenhais para vós mesmos, para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá!” (São Francisco de Assis, COrd 27-29)


 
A Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida da Igreja. Nutrida por tão nobre alimento, a Igreja toma vigor e força para dar continuidade à missão conferida por Cristo. Do mesmo modo, a partir da ação evangelizadora e missionária, a Igreja se reúne ao redor do altar para, com Cristo, em Cristo e por Cristo, render graças ao Pai.

A solenidade de Corpus Christi, pois, nascida sob o impulso do Espírito Santo, é a manifestação pública da fé em torno da presença de Jesus na Eucaristia. Não é possível, no entanto, compreender essa festa isoladamente. Na verdade, esta é eco do mistério pascal de Cristo celebrado, em especial, no Tríduo Pascal. Corpus Christi é desdobramento da noite de 5ª feira Santa, quando a Igreja celebra a entrega do Novo Mandamento e do próprio Cristo nas espécies do pão e vinho, como entrega profética dele na Cruz.

Neste sentido, celebrar Corpus Christi é muito mais do que reafirmar a fé na presença real de Cristo no pão e vinho consagrados, mas, a partir desta fé, comungar da vida de Cristo numa atitude de entrega aos outros, na caridade fraterna, como uma grande ação de graças ao Pai.
Cristo é verdadeiro alimento.
Cristo, como Palavra viva do Pai feita carne, confirma e revela plenamente o rosto de Deus-comunhão e misericordioso. Na verdade, em Cristo se plenifica o imenso amor de Deus pela humanidade. Em Jesus, pois, Deus não apenas acompanha o seu Povo, mas se faz um de seus membros a fim de reconduzi-los de uma vez por todas, mediante a Cruz reconciliadora, aos braços ternos e amorosos do Pai.

Nesta caminhada pascal rumo a Deus, Jesus não se contenta em dar alimento. Ele mesmo se faz alimento para a vida de seu Povo.

É somente este alimento, o próprio Cristo, que conduz à verdadeira vida e à realização plena do ser humano. “Fazei isto em memória de mim!”, neste sentido, é comer e beber em comunidade, fazendo memória do Senhor, mas sobretudo assimilando a vida de Cristo na própria vida. Em outras palavras, é receber o Corpo e Sangue de Cristo como força e exemplo de entrega agápica em prol do Reino de Deus.

“Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna.” De fato, a vida que Cristo comunica é eterna porque quista, amada e abençoada por Deus na humanidade de seu Filho. Cristo, pois, tal como no mistério da Encarnação, entrega seu Corpo-Sangue e sua vida numa atitude de imenso amor, obediência e humildade.
Claudio Tadeu Parpinelli

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