9. Na memória da Igreja, ao centro da celebração eucarística encontram-se as palavras da presença de Jesus no meio de nós. “Isto é o meu corpo, […] este é cálice do meu sangue”. Jesus oferece-Se como sacrifício verdadeiro e definitivo, onde se realizam todas as figuras do Antigo Testamento. N’Ele se recebe o que fora sempre desejado e nunca conseguido.
Mas Jesus, à luz da profecia (cf. Is 53, 11s.), sofre pela multidão e mostra que n’Ele se realiza o verdadeiro sacrifício e o verdadeiro culto esperados. É Ele mesmo que está diante de Deus; que intercede, não por Si mas por todos. Esta intercessão é o verdadeiro sacrifício, a oração, a celebração agradecida a Deus, em que restituímos nós próprios e o mundo. A Eucaristia é, portanto, sacrifício a Deus em Jesus Cristo, para receber em domo o seu amor.
10. Jesus Cristo é o Vivente e encontra-Se na glória, no santuário do céu, onde entrou graças ao seu sangue (cf. Heb 9, 12). Encontra-se no estado imutável e eterno de sumo sacerdote (cf. Heb 8, 1-2); “tem um sacerdócio que não terá fim” (Heb 7, 24s); oferece-Se ao Pai e, pelos méritos infinitos da sua vida terrena, continua a irradiar a redenção do homem e do cosmo, que n’Ele se transforma e se recapitula (cf. Ef 1, 10). Tudo isto significa que o Filho Jesus Cristo é mediador da nova aliança para os que foram chamados à herança eterna (cf. Heb 9, 15). O seu sacrifício dura eternamente no Espírito Santo, que recorda à Igreja tudo o que o Senhor realizou como sumo e eterno sacerdote (cf. Jo 14, 26; 16, 12-15). São João Crisóstomo observa que o verdadeiro celebrante da divina Liturgia é Cristo: Aquele que celebrou a Eucaristia “naquela ceia, realiza também hoje o mesmo milagre. Nós possuímos a ordem de ministros, mas é Ele que santifica e transforma a oferta”.[17] Portanto, “não se trata de uma imagem ou de uma figura de sacrifício, mas de um sacrifício verdadeiro”.[18]
Deus dignou-Se aceitar a imolação do Filho como vítima pelo pecado, e a Igreja reza para que o sacrifício sirva para salvação do mundo. Existe uma identidade plena entre sacrifício e renovação sacramental instituída na Ceia que Cristo SÍNODO DOS BISPOS
XI ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
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